domingo, 2 de setembro de 2012

Síndroma de Wolff-Parkinson-White


A síndroma de Wolff-Parkinson-White é uma arritmia cardíaca em que os impulsos eléctricos são conduzidos ao longo de uma via acessória desde as aurículas aos ventrículos, o que provoca episódios de taquicardia.
A síndroma de Wolff-Parkinson-White é a mais frequente das perturbações que afectam as vias acessórias. Embora estejam presentes no nascimento, estas vias acessórias só conduzem os impulsos através do coração em algumas ocasiões. Podem manifestar-se de forma precoce, durante o primeiro ano de vida ou tardiamente, por exemplo, aos 60 anos.
Sintomas e diagnóstico
A síndroma de Wolff-Parkinson-White provoca episódios súbitos de taquicardia com palpitações. Durante o primeiro ano de vida, os bebés podem começar a mostrar sintomas de insuficiência cardíaca se o episódio for prolongado. Por vezes, parecem ficar sem ânimo ou em letargia, deixam de comer bem ou têm pulsações rápidas e visíveis no peito.
Os primeiros episódios podem produzir-se entre os 10 e os 25 anos. Os episódios típicos começam de modo repentino, muitas vezes durante um exercício. Podem durar só alguns segundos ou persistir durante várias horas, raramente mais de doze horas. Numa pessoa jovem e aparentemente com um bom estado de saúde, os episódios produzem poucos sintomas, mas as taquicardias são incómodas e provocam stress, podendo originar desfalecimento ou insuficiência cardíaca. A taquicardia transforma-se por vezes em fibrilhação auricular. Esta última é particularmente perigosa em cerca de 1 % das pessoas que sofrem da síndroma de Wolff-Parkinson-White, devido a que a via acessória pode conduzir os impulsos rápidos para os ventrículos com maior eficácia do que o normal. O resultado é uma velocidade ventricular muito rápida, que pode ser mortal. Não só se trata de um coração muito ineficaz por bater tão rapidamente, mas também a frequência cardíaca acelerada poderá progredir para uma fibrilhação ventricular, que leva à morte de imediato.
O diagnóstico da síndroma de Wolff-Parkinson-White com ou sem fibrilhação auricular efectua-se através de um electrocardiograma (ECG).
Tratamento
Os episódios de arritmia costumam ser interrompidos através de uma ou de várias manobras que estimulam o nervo vago e, como consequência, reduzem a frequência cardíaca. Estas manobras, sob controlo médico, consistem em efectuar esforços semelhantes aos da evacuação, em esfregar o pescoço precisamente por baixo do ângulo do maxilar inferior (o que estimula uma zona sensível sobre a artéria carótida chamada seio carotídeo) ou em mergulhar a cara dentro de um recipiente com água muito fria. Estas manobras têm melhores resultados quando se efectuam mal começa a arritmia. Se não surtirem o efeito desejado, administram-se fármacos, como o verapamil ou a adenosina, por via endovenosa para deter a arritmia. Para a prevenção a longo prazo dos episódios de taquicardia administram-se outros fármacos antiarrítmicos.
Pode administrar-se digoxina a lactentes e a crianças menores de 10 anos para suprimir os episódios de frequência cardíaca acelerada. Os adultos não devem tomar digoxina porque acelera a condução na via acessória e aumenta os riscos de uma fibrilhação ventricular. Por esta razão, a administração do fármaco interrompe-se antes de alcançar a puberdade.
A destruição da via acessória através da ablação com cateter (fornecendo energia de radiofrequência através de um cateter introduzido no coração) resulta eficaz em mais de 95 % dos casos. O risco de morte durante o processo é inferior a 1 em cada 1000 pessoas. A ablação com cateter é particularmente útil nos doentes jovens; caso contrário teriam de enfrentar um tratamento por tempo indefinido com fármacos antiarrítmicos.

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