quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Demência!!!! Quiais são as causas

Demência é um termo que choca a grande maioria dos leigos que o associa à ideia de loucura. Em medicina, porém, a palavra demência tem significado diferente. Ela é empregada para definir quadros que se caracterizam por deficiência cognitiva persistente e progressiva. Essa falta interfere nas atividades rotineiras do indivíduo, embora ele custe a perder a consciência do mundo que o cerca.
Algumas doenças podem apresentar manifestações comportamentais características da demência. Nesse caso, o diagnóstico diferencial é de extrema importância, porque elas são passíveis de tratamento e o indivíduo retoma a vida normal.
Demência ainda não tem cura, mas tem tratamento que pode retardar a evolução do processo.
CONCEITO DE DEMÊNCIA

Drauzio  Qual o conceito de demência em medicina?
Ricardo Nitrini – Demência é uma síndrome resultante do declínio progressivo da capacidade intelectual do indivíduo. Caracteriza-se pela perda da capacidade de memorizar, de resolver os problemas do dia a dia, o que interfere em seus relacionamentos e atividades sociais e profissionais.
Drauzio – De modo geral, as demências não se instalam abruptamente. A instalação pode ser insidiosa e os familiares, às vezes, demoram para perceber o que está acontecendo. Alguns déficits cognitivos que o doente apresenta são interpretados como distração ou sintomas próprios da idade mais avançada. O que deve chamar a atenção da família, quando uma pessoa está entrando num processo demencial? 
Ricardo Nitrini – É relativamente comum o indivíduo, especialmente quando se aposenta ou abandona parte de suas atividades, mostrar-se desinteressado por tudo aquilo que fazia antes. A família encontra explicações para a mudança de atitude no afastamento do trabalho. No entanto, é preciso observar se estão ocorrendo distúrbios na capacidade de formar novas memórias, ou seja, de memorizar fatos novos, uma vez que o sintoma inicial mais comum da Doença de Alzheimer é a dificuldade de memorização: o paciente não retém recados, repete várias vezes a mesma pergunta e não consegue fixar informações.
O caso merece atenção especial e o paciente deve ser levado ao médico quando perde o interesse por tudo, mesmo que a memória não esteja falhando, porque as síndromes depressivas podem confundir-se com as síndromes demenciais. Jovem deprimido perde o interesse sexual, por atividades lúdicas, pelo esporte. O idoso deprimido manifesta fundamentalmente um distúrbio de atenção, de concentração e de memória. Como esses também são sintomas das demências, é bom procurar atendimento para que sejam interpretados adequadamente, pois, como já foi dito, depressão tem tratamento e a pessoa pode voltar à atividade plena.
CAUSAS REVERSÍVEIS DE DEMÊNCIA

Drauzio – Você abordou a semelhança de sintomas nas síndromes depressivas e nas demenciais. Outros problemas clínicos podem provocar quadros difíceis de distinguir das demências? 
Ricardo Nitrini – Existem quadros de demências reversíveis com sintomas semelhantes aos da síndrome demencial que, com tratamento específico, regridem e o paciente volta ao normal. Diversos estudos demonstraram que, num universo de cem pacientes, 10% seriam portadores de demências potencialmente reversíveis, provocadas por fatores como mau funcionamento da tireoide (quer hipertireoidismo, quer hipotireoidismo), traumas de crânio, coágulos de sangue, hematomas ou por carências nutricionais. No idoso, por exemplo, carência da vitamina B12, fato que ocorre com alguma frequência, não só pode ser responsável pela síndrome demencial como pode agravá-la. Se por acaso houver declínio real da cognição e concomitantemente anemia, o desempenho do paciente piorará muito.
Por isso, é muito importante considerar todas as demências como potencialmente reversíveis. O médico tem a obrigação de descartar as causas reversíveis da doença. No passado, a mais comum era a sífilis. No Juqueri, sanatório psiquiátrico de São Paulo, era enorme o número de pacientes internados com quadros de demência provocada pela sífilis. Hoje, esses casos são mais raros, especialmente se o diagnóstico for feito precocemente.
Drauzio – Como os distúrbios da tireoide – tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo – interferem com o funcionamento do cérebro?
Ricardo Nitrini – Seguramente os neurônios, ou seja, as células nervosas, têm receptores para os hormônios circulantes e isso acaba produzindo impacto importante no funcionamento do sistema nervoso central. Entre as manifestações do hipertireodismo, por exemplo, estão as mudanças de humor e as crises de irritabilidade, sintomas que podem ocorrer também nos casos de demência.
USO DE MEDICAMENTOS

Drauzio  Você falou que todo quadro de demência deve ser tratado como reversível até que se prove o contrário. Pessoas de idade, muitas vezes, tomam diversos medicamentos. É remédio para pressão, para diabetes, para o colesterol, etc. Existe alguma relação entre uso de medicação e aparecimento de demências?
Ricardo Nitrini – O uso de alguns medicamentos pode ser causa importante do comprometimento das funções intelectuais. Por exemplo, largamente utilizados pela população idosa, os remédios contra a vertigem exercem forte impacto sobre a memória. A pessoa sente tontura, o médico prescreve um medicamento que ela continua tomando por tempo indeterminado. Da mesma forma, remédios que agem sobre a necessidade premente para urinar podem ter efeito negativo sobre a cognição, sobre a capacidade intelectual.
Outro lado do problema está na quantidade de medicamentos que os idosos acabam tomando. Não é raro passarem por vários especialistas, cada um prescrever um tipo específico de medicação e procurar não mexer na prescrição do colega. Como consequência, os idosos acabam tomando diversos remédios que interagem e podem provocar distúrbios de vários tipos, entre eles o déficit cognitivo.
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

Drauzio – Você falou das doenças clínicas que podem estar associadas à demência e que tratadas fazem reverter o quadro e dos medicamentos, que também podem provocar síndromes demências. No entanto, há quadros que se instalam sem que façamos ideia do porquê. É o caso da doença de Alzheimer, responsável pela imagem clássica da pessoa que começa perdendo a memória e, depois, a capacidade de relacionar-se com o meio. Mas, essa não é a única doença que afeta a capacidade cognitiva. Você poderia falar sobre elas?
Ricardo Nitrini – A doença de Alzheimer é a mais comum de todas. Talvez 60% ou 70% dos casos de demência sejam decorrentes dessa enfermidade, mas existem algumas outras, tão graves quanto o Alzheimer e com sintomas parecidos.
Entre elas está a demência frontotemporal, uma doença também degenerativa de causa ignorada, que provoca alterações de comportamento muito próximas daquilo que o leigo entende convencionalmente por demência. O paciente começa a manifestar um comportamento diferente do que tinha até então. É o caso do profissional liberal muito sério e compenetrado, de pouca conversa, que passa a beber, a fazer comentários inadequados e a tomar atitudes inconvenientes até do ponto de vista sexual. Encontrei um familiar que diante desses pequenos deslizes definiu bem a situação: “Quem não o conhecia antes, não percebe nada; mas quem o conhecia, não o reconhece mais tal a mudança de personalidade por que passou”.
Embora as mudanças de personalidade chamem mais atenção, há também um comprometimento intelectual importante. Nesses casos, em geral, os pacientes recorrem a um psiquiatra. O tratamento ajuda a melhorar o comportamento e as relações sociais, mas não consegue interferir na evolução da doença, que lamentavelmente ainda não é bem conhecida.
A doença frontotemporal corresponde de 5% a 10% dos casos de demência. Afeta indivíduos em torno dos 50 ou 60 anos e é muito parecida com a neuro-sífilis, uma doença mais comum no passado, que também afetava as regiões frontotemporais e provocava alterações de personalidade.
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
Drauzio – Você poderia explicar o que é a Demência com corpos de Lewy? 
Ricardo Nitrini - Outra doença frequente é a demência com corpos de Lewy, uma forma de degeneração marcada por grandes oscilações no desempenho do dia a dia. Num momento, o indivíduo aparentemente está bem, mas minutos ou horas depois apresenta estado de confusão mental, mostra-se sonolento ou incapaz de responder perguntas que respondera algumas horas antes. Essas grandes oscilações acompanhadas por alucinações visuais – a pessoa começa a ver coisas que não existem – merecem atenção especial, porque o tratamento é possível, embora difícil e a melhora menos expressiva.
DEMÊNCIA VASCULAR

Drauzio – No passado, quando as pessoas apresentavam sinais de demência, diziam que elas estavam esclerosadas.
Ricardo Nitrini – O conceito de esclerose e esclerosado é antigo e queria dizer que o individuo era tão velho quanto suas artérias. Na verdade, se achava que a origem do fenômeno demencial era vascular, o que de fato pode acontecer.
Hoje se sabe que a demência vascular, depois do Alzheimer, talvez seja a causa mais importante de demência. Ela se caracteriza por múltiplos infartos que vão ocorrendo no cérebro ao longo da vida do indivíduo, que tem uma pequena isquemia, depois outra e mais outra. Essas alterações vão se somando como que em degraus e estão associadas a uma história de declínio da competência cognitiva.
Drauzio – O paciente tem uma crise e estabiliza, porém sempre num patamar mais baixo do que se encontrava antes.
Ricardo Nitrini – Exatamente. Às vezes, os infartos são grandes, evidentes, porque a pessoa fica com um dos lados do corpo paralisado, a boca torta. Às vezes, são pequenos episódios. O indivíduo não se levanta de manhã no horário habitual, passa o dia sonolento, mas vai melhorando e ninguém fica sabendo que a causa daquela indisposição foi uma pequena isquemia, um pequeno derrame cerebral.
É possível evitar a repetição desses episódios que podem ser causa de demência vascular com o controle dos níveis de colesterol e de glicemia, da obesidade, com a prática de atividade física e se a pessoa parar de fumar.
O sistema nervoso central tem capacidade de reorganizar-se depois de uma lesão. Não diria que o problema seja reversível, mas é tratável e há como interferir para que não progrida. Se não mais ocorrerem acidentes vasculares, o indivíduo se estabiliza e pode recuperar-se satisfatoriamente.
Drauzio  Nem sempre a demência tem relação com a arteriosclerose, aliás, na maior parte das vezes não tem relação nenhuma.
Ricardo Nitrini – Na maior parte das vezes, não tem. Portanto, esse conceito de esclerose como sinônimo de demência não tem fundamentação científica, é quase um termo popular.
DIAGNÓSTICO E ORIENTAÇÕES

Drauzio – Por tudo que você disse, estabelecer um diagnóstico diferencial das demências é muito importante.
Ricardo Nitrini – Hoje, a grande preocupação é buscar métodos para fazer o diagnóstico o mais depressa possível. Mesmo para a doença de Alzheimer, cujos recursos para tratamento ainda são pobres, o diagnóstico precoce permite adotar uma série de medidas que retardam a dependência total do indivíduo e mantém sua qualidade de vida por mais tempo.
Drauzio – Como quem apresenta demência acaba se tornando dependente dos familiares, qual a orientação que você dá para as pessoas que têm um caso desses na família?
Ricardo Nitrini – Tudo depende da fase em que o paciente se encontra. Nas fases iniciais em que o distúrbio principal é a memorização, a orientação de um profissional de saúde pode ajudar bastante. Por exemplo, se o paciente anotar na agenda todos os compromissos e atividades do dia a dia, seu desempenho vai melhorar muito. Além dos remédios que deve tomar, ele precisa aprender a conviver com a dificuldade e a contorná-la.
Nas fases mais avançadas, quando se torna dependente, quem precisa de orientação é a família. Ela precisa saber como deve tratar esse indivíduo e como enfrentar uma situação, muitas vezes, dramática. À medida que a doença evolui, a orientação é fundamentalmente de enfermagem visando ao tratamento de um paciente crônico-dependente. São cuidados gerais em relação à pele, ao funcionamento do intestino e da micção, entre outros. Atualmente se considera que o acompanhamento desses pacientes exige o apoio multidisciplinar de enfermeiras, psicólogos, terapeutas ocupacionais que se encarregam de orientar a família com informações que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Drauzio – Vejo esse problema com a maior preocupação. Há famílias que não têm condição de cuidar do parente que envelheceu. São poucos e precisam trabalhar. Você acha que existe infraestrutura clínica para cuidar desses doentes que não podem contar com apoio familiar?
Ricardo Nitrini – Lamentavelmente não existe infraestrutura para isso. O tratamento dessas pessoas fica por conta da própria família. Nem na rede pública, nem na de convênios, é dado atendimento aos portadores de doenças degenerativas o que, na minha opinião, é um grande erro.
Hoje, as famílias estão cada vez menores e não contam com número suficiente de pessoas que poderiam revezar-se nos cuidados ao doente. Na grande maioria, são apenas um ou dois filhos responsáveis pelo tratamento e custa caríssimo manter o idoso numa instituição que se encarregue de alimentá-lo, dar-lhe banho e oferecer-lhe os demais cuidados necessários. Portanto, é preciso que a rede pública e os serviços de saúde estejam informados. Esses pacientes vão exigir cada vez mais atenção e assistência a menos que se descubra, nos próximos anos, alguma coisa que possa, se não impedir a ocorrência, pelo menos retardar o aparecimento dessas doenças.
A tendência atual é que ela se manifeste por volta dos 75/85 anos. Se conseguirmos adiar seu aparecimento por dez anos, teremos um número muito menor de portadores de síndromes demenciais. Enquanto isso não acontece, as entidades médicas, públicas e sociais, têm de preocupar-se porque a prevalência dessas enfermidades vai aumentar. Ao contrário do que acontecia antigamente, as pessoas estão vivendo mais e tendo à disposição recursos que as ajudam a vencer doenças que antes eram fatais.
PREVENÇÃO DAS DEMÊNCIAS 

Drauzio  O pior dessas demências é a sensação de inexorabilidade que as cerca. Posso me defender de um infarto do miocárdio praticando exercícios, não fumando, controlando o nível das gorduras e do açúcar, etc. Em relação às demências , há algo que pode ser feito para impedir ou retardar seu aparecimento? 
Ricardo Nitrini – Alguns estudos recentes têm demonstrado que os cuidados para prevenir o infarto do miocárdio são os mesmos indicados na prevenção de doenças como a de Alzheimer. Sabe-se que indivíduos com níveis baixos de colesterol durante a idade adulta têm menor risco de desenvolver Alzheimer e que a hipertensão é fator que favorece o aparecimento da doença demencial.
Outros estudos mostram que provavelmente a associação de vitamina E com a vitamina C pode retardar o aparecimento da doença de Alzheimer. A esperança é que, no futuro, existam mais recursos à disposição para serem adotados a partir dos 30 anos, uma vez que essas doenças se manifestam tardiamente, mas começam a instalar-se cedo.
ATIVIDADE INTELECTUAL E DEMÊNCIA

Drauzio – Existe relação entre atividade intelectual e demência?
Ricardo Nitrini – Estudos mostram que indivíduos que mantêm a atividade intelectual depois que se aposentam apresentam menor risco de desenvolver essas doenças.
Existe certa dificuldade técnica para fazer essa análise. Quando se diz que uma pessoa a partir dos 65 anos começou a desinteressar-se de tudo, não lia mais nem os jornais e que aos 72 manifestou um quadro de demência, a pergunta é se aos 65 já não teria um comprometimento demencial leve que provocou o desinteresse.
Não temos como saber o que veio primeiro, mas não há dúvida de que a atividade intelectual diminui o risco de demência. O indivíduo bem preparado intelectualmente conta com mais maneiras de resolver um problema. Por exemplo, se não lembra uma palavra durante a conversa, pode valer-se de outra, porque seu repertório é amplo. Já aquele que aprendeu pouco, se esquece uma palavra, não conhece outra para substituí-la e deixa de comunicar-se.
Portanto, pessoas com escolaridade maior, que leram mais ao longo da vida e não só quando ficaram idosos, são de menor risco. Mesmo quando a doença já está instalada, pode demorar anos para ficar evidente nos mais preparados.
No Brasil, o preocupante é o número de analfabetos e analfabetos funcionais, especialmente entre os idosos, que não tiveram a menor chance de aprendizagem sistematizada. Quando se deparam com um problema, como só conhecem uma estratégia de solução, não conseguem contorná-lo. Esses indivíduos correm risco mais sério de demência.

DOENÇA DE PARKINSON!!!


DOENÇA DE PARKINSON
1) Definição
2) Resumo Histórico
3) Causas
4) Explicação sobre a Substância Negra
5) Sintomas
6) Tratamento
1. DEFINIÇÃO
A doença de Parkinson (DP) ou Mal de Parkinson, é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que acomete em geral pessoas idosas. Ela ocorre pela perda de neurônios do SNC em uma região conhecida como substância negra (ou nigra). Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina, cuja diminuição nessa área provoca sintomas principalmente motores. Entretanto, também podem ocorrer outros sintomas, como depressão, alterações do sono, diminuição da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo. Os principais sintomas motores se manifestam por tremor, rigidez muscular, diminuição da velocidade dos movimentos e distúrbios do equilíbrio e da marcha.
2. RESUMO HISTÓRICO
No ano de 1817, um médico inglês chamado James Parkinson, membro do Colégio Real de Cirurgiões, e homem bastante culto para a sua época, publicou sua principal obra: Um ensaio sobre a paralisia agitante, no qual descreveu os principais sintomas de uma doença que futuramente viria a ser chamada pelo seu nome.
Charcot igualmente, desempenhou um papel decisivo na descrição da doença, descrevendo a rigidez, a micrografia e a disartria, e discordando de Parkinson quanto a presença de paralisia. Foi também o responsável pela introdução da primeira droga eficaz.
Com relação aos fatos históricos relacionados com seu tratamento, sabe-se que das várias tentativas do passado, drogas anticolinérgicas derivadas da beladona, introduzidas por Charcot no final do século passado, foram as primeiras que tiveram alguma eficácia reconhecida. Contudo, apenas no final dos anos 50, observou-se um progresso real, através de um estudo feito na Suécia onde ofereceu-se levodopa para ratos intoxicados por reserpina que desenvolveram parkinsonismo. Observou-se uma melhora expressiva da motricidade desses ratos. A descoberta da levedopa foi o prenúncio da revolução observada na década seguinte. No princípio dela, Ehringer e Hornykiewicz afirmaram que o parkinsoniano devia-se à não-produção de dopamina pela substância negra mesencefálica. Na segunda metade desta década, Cotzias e Birkmayer, de modo independente, sugeriram o tratamento da doença de Parkinson com a forma levógira da dopamina (levodopa). A introdução desta droga provocou um impacto marcante, com radicais mudanças na vida dos seus sofredores e influenciando inclusive o prognóstico até então sombrio. Seres humanos petrificados e tremulantes nos seus leitos, sob ação desta droga voltaram a usufruir de uma existência digna, fato que foi muito bem exemplificado no filme "Tempo de Despertar", estrelado pelo Robert de Niro.
3. CAUSAS:
Sabe-se que os sintomas da doença devem-se à degeneração dos neurônios da substância negra, no entanto, na maioria das vezes, é desconhecido o motivo que leva a essa degeneração.
A DP é apenas uma das formas, embora a mais freqüente, de parkinsonismo. O termo parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que apresentam em comum os mesmos sintomas, associados ou não a outras manifestações neurológicas. A DP é também chamada de parkinsonismo primário ou idiopático porque é uma doença para a qual nenhuma causa conhecida foi identificada. Por outro lado, diz-se que um parkinsonismo é secundário quando uma causa pode ser identificada ou quando está associada a outras doenças degenerativas. Cerca de 2/3 de todas as formas de parkinsonismo correspondem à forma primária.
O fator genético exerce influência, mas em números, é pouco representativo neste mal.
Os fatores que podem desencadear a síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo, são:
a) Uso exagerado e contínuo de medicamentos. Um exemplo de substância que pode causar parkinsonismo é a cinarizina, usada freqüentemente para aliviar tonturas e melhorar a memória, a qual pode bloquear o receptor que permite a eficácia da dopamina.
b) Trauma craniano repetitivo. Os lutadores de boxe, por exemplo, podem desenvolver a doença devido às pancadas que recebem constantemente na cabeça. Isso pode afetar o bom funcionamento cerebral.
c) Isquemia cerebral. Quando a artéria que leva sangue à região do cérebro responsável pela produção de dopamina entope, as células param de funcionar.
d) Freqüentar ambientes tóxicos, como indústrias de manganês (de baterias por exemplo), de derivados de petróleo e de inseticidas.
4. EXPLICAÇÃO SOBRE A SUBSTÂNCIA NEGRA:
O sistema nervoso é formado por células (neurônios) que estão conectados entre si através de sinapses (espaços intercelulares) entre seus prolongamentos (dentritos e axônios). A disposição dos neurônios assemelha-se a uma rede, onde uma região pode comunicar-se com outra através de neurotransmissores, que são substâncias ou moléculas produzidas no corpo celular e transportadas através do axônio até a sinapse. O neurotransmissor pode excitar (ativar) ou inibir o neurônio subseqüente.
A substância negra mesencefálica é chamada assim porque os neurônios localizados no mesencéfalo que a constituem contêm o pigmento escuro melanina, o qual é produzido juntamente com a dopamina. Dessa forma, em um corte do cérebro, esta região se apresentará como uma mancha escura. A substância negra está conectada através de sinapses, com outro grupo de neurônios que constituem os gânglios da base.
Os gânglios da base são conjuntos de corpos neuronais localizados no interior do hemisfério cerebral, cujos principais componentes são o núcleo caudado, o putâmen, o globo pálido, o núcleo subtalâmico e a própria substância negra. O núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido, podem ser chamados em seu conjunto como corpo estriado, e estão intimamente relacionados entre si, participando do controle da postura e do movimento. A dopamina produzida na substância negra funciona como neurotransmissor inibitório no corpo estriado. Quando um movimento é iniciado pelo córtex cerebral, os impulsos são transmitidos para o corpo estriado e dali podem seguir dois caminhos. Quando o movimento é desejado, os neurônios do corpo estriado aumentam a atividade de neurônios talâmicos e do córtex cerebral, facilitando a execução dos movimentos. No entanto, se o movimento for indesejado, ocorre ativação dos neurônios da substância negra, que inibem as células talâmicas e corticais, inibindo os movimentos. Na Doença de Parkinson, há uma diminuição das concentrações de dopamina, por isso o corpo estriado tornar-se excessivamente ativo, dificultando o controle dos movimentos pela pessoa acometida.
5. SINTOMAS:
A progressão dos sintomas é usualmente lenta mas a velocidade com que essa progressão se desenvolve é bastante variável em cada caso. Os primeiros sintomas da DP têm início de modo quase imperceptível e progridem lentamente o que faz com que o próprio paciente ou seus familiares não consigam identificar o início preciso das primeiras manifestações. O primeiro sinal pode ser uma sensação de cansaço ou mal estar no fim do dia. A caligrafia pode se tornar menos legível ou diminuir de tamanho, a fala pode se tornar mais monótona e menos articulada. O paciente freqüentemente torna-se deprimido sem motivo aparente. Podem ocorrer lapsos de memória, dificuldade de concentração e irritabilidade. Dores musculares são comuns, principalmente na região lombar.
Muitas vezes, amigos ou familiares são os primeiros a notar as primeiras mudanças: um braço ou uma perna movimenta-se menos do que o outro lado, a expressão facial perde a espontaneidade (como se fosse uma máscara), diminui a freqüência com que a pessoa pisca o olho, os movimentos tornam-se mais vagarosos, a pessoa permanece por mais tempo em determinada posição e parece um tanto rígida.
À medida que a doença progride, aparecem outros sintomas. O tremor é geralmente o primeiro a ser notado pelo paciente e acomete primeiramente um dos lados, usualmente uma das mãos, mas pode se iniciar em um dos pés. Segurar um objeto ou ler o jornal podem se tornar atividades árduas. O tremor é mais intenso quando o membro encontra-se em repouso ou durante a marcha e desaparece quando em movimento. Para a maioria dos pacientes, o tremor é o principal motivo que os leva a procurar pela primeira vez ajuda médica.
Os sintomas da doença de Parkinson variam de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem apresentar sintomas graves, enquanto outras apresentam apenas alguns sintomas leves. No início, os sintomas da doença de Parkinson podem afetar apenas um lado do corpo. Mais tarde, freqüentemente, ambos os lados são afetados. Em geral, os sintomas mudam com o passar do tempo - A memória e o raciocínio são geralmente afetados.
O diagnóstico de DP persiste sendo feito essencialmente em bases clínicas. Tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural de intensidades variáveis individualmente, são os sinais e sintomas clássicos. Os sintomas são:
a) Tremor: a mão ou o braço treme. O tremor também pode afetar outras áreas, como a perna, o pé ou o queixo. Esse tremor pára durante o sono e diminui no movimento. Caracteristicamente ele inicia assimetricamente, acometendo a extremidade de um dos membros superiores à frequência de 4-5 ciclos por segundo. Pode ser comparado com o movimento exibido por caixas de banco, quando estão contando dinheiro.
b) Rigidez: acontece porque os músculos não recebem ordem para relaxar. Pode causar dores musculares e postura encurvada.
c) Bradicinesia: movimentos lentos. Iniciar movimentos exige um esforço extra, causando problemas para levantar de cadeiras e de camas. O andar pode limitar-se a passos curtos e arrastados. Pessoas com esta doença às vezes sentem-se "congeladas", incapazes de mover-se. As expressões faciais e o balançar os braços enquanto caminha tornam-se mais vagorosos ou ausentes.
d) Alteração no equilíbrio: a pessoa anda com a postura levemente curvada para frente, podendo causar cifose ou provocar quedas (para frente ou para trás).
e) Voz: a pessoa passa a falar baixo e de maneira monótona.
f) Escrita: a caligrafia torna-se tremida e pequena.
g) Artralgia: será encontrada na imensa maioria dos pacientes com DP que já desenvolveram algum grau de rigidez muscular. Além disso, os pacientes com DP tendem a exteriorizar níveis de osteoporose superiores àquela detectada em uma população de igual faixa etária. Nestes pacientes, a melhor alternativa para minimizar os efeitos da osteoporose, é a melhoria do seu status motor através terapia anti-parkinsoniana apropriada.
h) Sistema Digestivo e Urinário: Deglutição e mastigação podem estar comprometidas. Uma vez que os músculos utilizados na deglutição podem trabalhar de modo mais lento, pode haver acúmulo de saliva e alimento na boca fazendo o paciente engasgar ou derramar saliva pela boca. Além disso, alterações urinárias e constipação intestinal podem ocorrer pelo funcionamento inadequado do sistema nervoso autônomo. Alguns pacientes apresentam certa dificuldade para controlar o esfíncter da bexiga antes de uma micção iminente (urgência urinária) enquanto que outros têm dificulade para iniciar a micção. A obstipação intestinal, ou prisão de ventre, ocorre porque os movimentos intestinais são mais lentos mas outros fatores tais como atividade física limitada e dieta inadequada também podem ser responsáveis.
i) Determinados movimentos involuntários automáticos, são gradualmente abolidos durante a evolução da DP. As pálpebras, por exemplo, ficam indolentes, piscando cada vez menos.
j) Braços que não balançam ao deambular (andar): resulta em uma marcha típica. No início da doença é comum que apenas um braço se movimente enquanto o outro fica imóvel. Posteriormente, ambos tornam-se imóveis.
k) Depressão e déficit cognitivo: A depressão é um sintoma bastante freqüente e pode ocorrer cedo na evolução da doença, mesmo antes dos primeiros sintomas serem notados. Provavelmente relacionada à redução de um neurotransmissor chamado serotonina. Alterações emocionais são comuns. Pacientes podem sentir-se inseguros e temerosos quando submetidos a alguma situação nova. Podem evitar sair ou viajar e muitos tendem a retrair-se e evitar contatos sociais. Alguns perdem a motivação e tornam-se excessivamente dependentes de familiares. Alterações da memória, geralmente na forma de "esquecimentos" ou "brancos" momentâneos são comuns. O raciocínio torna-se mais lento e pode haver dificuldades específicas em atividades que requerem organização espacial. Entretanto, de modo geral, as funções intelectuais e a capacidade de julgamento estão preservadas.
Um critério importante para se diferenciar a genuína doença de Parkinson de outras formas de parkinsonismo, é a resposta a levodopa. Salvo raras exceções, os indivíduos com DP responderão favoravelmente ao medicamento, o que nem sempre ocorre no parkinsonismo secundário. No entanto, a melhora do quadro clínico de um indivíduo na fase inicial de DP, onde geralmente se observa apenas leve tremor unilateral pode não ser verificada e não está indicada.
6. TRATAMENTO:
Podemos dividir as estratégias de tratamento da DP em (1) medidas não-farmacológicas, (2) medidas farmacológicas e (3) tratamento cirúrgico.
As medidas não-farmacológicas compreendem uma série de hábitos e medidas de valor especial na DP por minimizar algumas de suas complicações. Devemos deixar claro que estas medidas não atenuam a gravidade da doença ou impedem sua progressão, mas mantém o indivíduo melhor preparado para enfrentar as alterações orgânicas e psicológicas decorrentes da consunção e insuficiência motora típicas desta enfermidade. Tais medidas são: (i) a educação, (ii) o tratamento de suporte, (iii) o exercício e (iv) nutrição.
O paciente precisa ser informado da natureza de sua doença, sua causa e a relação com o tratamento a ser instituído.
O suporte psicológico médico e familiar deve ser estimulado. Metade dos pacientes com DP desenvolvem depressão, que será tratada com anti-depressivos (preferencialmente os tricíclicos) e/ou terapia de apoio. Outras alternativas valorosas são os grupos de apoio, o aconselhamento financeiro (quando a enfermidade acomete o principal responsável pelo orçamento familiar) e a terapia ocupacional.
Sabe-se que a DP não se restringe apenas a transtornos da motricidade; alterações psíquicas decorrentes tanto da dificuldade em se iniciar movimento, quanto das mudanças neuroquímicas induzidas por deficiência de dopamina ou pela ação dos medicamentos utilizados e pela nova visão que o paciente tem do meio, são responsáveis pela grande prevalência de depressão reativa entre estes indivíduos. Por estes motivos, não devemos delegar todas as tarefas de suporte, inclusive psicológico, a outros profissionais e esquecer o papel fundamental do médico. Uma sólida relação entre um profissional seguro, confiante e empático, que demonstre estar efetivamente preocupado com o paciente e aqueles que o cercam; animando, esclarecendo e reconfortando durante as consultas, tem uma eficácia tão ou mais poderosa que as drogas antidepressivas.
Por um outro lado, exercícios não impedem a progressão da doença, mas mantém um estado de funcionamento muscular e osteo-articular conveniente.Nós já sabemos que anos de evolução de rigidez e bradicinesia produzem alterações patológicas ósseas (osteoporose e artrose) responsáveis por uma incapacidade funcional ainda mais limitante. Além disso, o bom impacto dos exercícios sobre a disposição e o humor são pontos favoráveis a esta terapia.
Desnutrição e perda de peso são observados em grande parcela dos pacientes. Nenhuma dieta especial é necessária nos quadros leves e moderados, além do cuidado em se ter refeições saudáveis e balanceadas, indistinguíveis das que seriam convenientes a todos nós. Boas refeições, ricas em cálcio e fibras, produzem um melhor estado orgânico, bem-estar geral, prevenção de osteoporose e de constipação intestinal.
Na doença avançada, as proteínas ingeridas geram na luz intestinal aminoácidos que competem com a absorção da levodopa. Esta competição leva a uma absorção errática da l-dopa e níveis séricos inconstantes, o que contribui para o agravo das flutuações motoras. Neste estágio, dieta hipoproteica está indicada. Este programa alimentar na verdade não diminui o aporte proteico, mas o concentra nas refeições após as 18:00 horas. Assim, a dieta com baixo teor de proteínas ao longo do dia não interfere na absorção de levodopa, e o equilíbrio nutricional pode ser reestabelecido à noite.
Considerando as alternativas farmacológicas disponíveis, pode-se afirmar que o arsenal medicamentoso antiparkinsoniano da atualidade, limita-se as seguintes opções:
1. selegilina;
2. amantadina;
3. anticolinérgicos;
4. levodopa;
5. agonistas dopaminérgicos.
Quanto a levodopa, inicialmente frisamos que continua sendo a principal forma de tratamento da doença de Parkinson idiopática. Seu emprego associa-se a menor morbi-mortalidade, e virtualmente todos os pacientes beneficiar-se-ão de seu uso. Por quase trinta anos, tem sido administrada a milhões de pacientes com DP. No princípio era empregada pura, e altas doses enterais eram necessárias para que uma ínfima parcela atingisse o SNC. Além disso, a rápida conversão periférica de l-dopa em dopamina pela dopa-descarboxilase, resultava em desagradáveis efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e hipotensão ortostática. Porém, com o passar dos anos, descobriram-se substâncias antagônicas de dopa-descarboxilase, permitindo que doses menores fossem utilizadas e maior eficácia terapêutica obtida. Inibidores de dopa-descarboxilase estão em voga desde há cerca de 30 anos, sendo mister reconhecer o papel histórico que tiveram na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com DP. Dois deles estão disponíveis em produtos comerciais associados à levodopa e são oferecidos mundialmente: carbidopa (Sinemet®) e benzerazida (Prolopa®).
Porém, a vulnerabilidade da levodopa fica patente quando se contempla os graves sintomas neuro-psiquiátricos associados com seu uso prolongado.
MANUSEIO DAS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO CRÔNICO DE L-DOPA
O uso crônico de doses terapêuticas de levodopa provoca, inevitavelmente, os efeitos colaterais: (i) flutuações motoras, (ii) discinesias e (iii) distúrbios psiquiátricos. Estes péssimos efeitos da terapia prolongada, geralmente remitem após suspensão do medicamento ou redução da dose. Curiosamente, não há evidências experimentais de verdadeira toxicidade por levodopa em pesquisas in vivo. De fato, o que se tem notado é que este intrigante fármaco possui propriedades químicas neuroprotetoras62. Entretanto, o surgimento destes transtornos após períodos variáveis de tempo, é um fato inequívoco e deve dar lugar a consideração sobre as vantagens da continuidade da levodopoterapia.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DA DOENÇA DE PARKINSON
A abordagem cirúrgica da doença de Parkinson tem quase um século. Portanto, muito antes da introdução de medicação dopaminérgica, cirurgias já eram executadas para tratar tremor, rigidez e bradicinesia, com graus variáveis de sucesso.
O tratamento cirúrgico da DP pode ser dividido em três categorias maiores: (i) técnicas lesionais, (ii) estimulação cerebral e (iii) transplantes.
técnicas lesionais
1. A talamotomia é uma técnica indicada no tremor. Pode proporcionar uma redução de 80% da intensidade do tremor, em especial se este for predominante em um dimídio. As complicações incluem apraxia do membro superior, disartria, disfagia, abulia 73, distúrbios da fala e da linguagem, principalmente nas intervenções bilaterais 71.
2. A palidotomia estereotática do globo pálido interno é o procedimento cirúrgico de escolha no tratamento de discinesias induzidas por levodopa, promovendo uma notável melhora deste sintoma. Há relatos de complicações como disfunção cognitiva, disfagia, disartria, hemianopsia lateral homônima, hemiparesia transitória, abscesso intracraniano e hemorragia subcortical e palidal.
estimulação cerebral profunda (ECP)
Há uma grande semelhança nos efeitos clínicos obtidos com lesão cirúrgica e estímulo cerebral profundo. Tal fato sugere que a estimulação elétrica crônica atue de forma a romper ou inibir a atividade neuronal.
Além de ser um método seguro, a estimulação cerebral profunda possui a vantagem de poder ser regulada ou mesmo suspensa, ao contrário das técnicas lesionais. Da mesma forma, não impede que o paciente possa futuramente obter proveito de novas abordagens.
O eletrodo, sustentado por uma bateria subcutânea que dura de 3 a 5 anos, pode ser implantado no núcleo subtalâmico ou no globo pálido interno. Há certa evidência de que a estimulação do núcleo subtalâmico produza melhores resultados. Ao atenuar as discinesias, a estimulação subtalâmica permite o aumento da dose de levodopa e melhorar os sintomas parkinsonianos. Independentemente da ação da levodopa, melhora da bradicinesia e do tremor pode ser observada 79-81. As complicações encontradas são disartria e alterações do equilíbrio 82. O alto custo desta forma de tratamento é um de seus principais fatores limitantes. Além disso, a estimulação cerebral profunda é um método recente e seus benefícios e riscos concretos ainda não foram satisfatoriamente analisados.
transplante
O auto-transplante de células da medula adrenal, como repositório da depleção dopaminérgica nigro-estriatal foi abandonado, devido à indiferença de seus resultados, reflexo da curta sobrevivência das células transportadas no núcleo caudado ou putâmen.
Uma alternativa recente muito mais atraente e que vem obtendo resultados gratificantes é o alotransplante de células medulares adrenais ou mesencefálicas de fetos, sendo o último o local mais pesquisado.