domingo, 2 de setembro de 2012



Quando sofremos da síndrome do pânico e quando temos um ataque de ansiedade existem várias manifestações mentais e físicas que ocorrem no nosso organismo. Neste artigo vamos falar das manifestações físicas. As principais manifestações físicas da síndrome do pânico são as seguintes:
  • Nervosidade e efeitos químicos.
  • Efeitos cardiovasculares.
  • Efeitos respiratórios.
  • Outros efeitos diversos.
Vamos aprofundar cada uma destas manifestações.

Quando somos confrontados com o medo o cérebro manda sinais para o sistema nervoso. É o sistema que é responsável para preparar o corpo para a ação e também acalma o corpo e restaura o equilíbrio. Para executar estas duas funções vitais o sistema nervoso autónomo tem duas secções, o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parasimpático.
O sistema nervoso simpático é aquele que nós conhecemos melhor porque é o que prepara o nosso corpo para a ação e acciona o sistema de ataque-fuga, enquanto que o sistema nervoso parasimpático é aquele que adoramos pois serve para restaurar o nosso sistema e retornar o corpo ao estado normal de relaxamento.
Quando um destes sistemas são ativados eles estimulam todo o corpo e tem um efeito de tudo ou nada. Isto explica quando um ataque de pânico ocorre, a pessoa tem várias sensações pelo corpo.
O sistema simpático é responsável por libertar adrenalina das glândulas supra renais. Estas glândulas estão localizadas acima dos rins. As glandulas supra renais também libertam adrenalina que funciona como um mensageiro químico para o corpo estar a 100% (para fugir ou atacar). Quando um ataque de pânico começa não dá para desligar o sistema ataque-fuga tão rapidamente como ele foi acionado. Existe sempre um período com ansiedade aumentada e continua enquanto estes sinais viajam pelo corpo.
Depois de algum tempo o sistema nervoso parasimpático é acionado. O papel dele é retornar o corpo ao seu funcionamento normal depois do perigo iminente desaparecer. O sistema parasimpático é a parte do sistema nervoso do qual gostamos mais porque nos retorna ao estado de relaxamento e normalidade.
Quando utilizamos uma técnica que aprendemos para diminuir a ansiedade, uma técnica de relaxamento por exemplo, estamos na realidade a incentivar o sistema parasimpático a entrar em ação. Uma coisa boa da qual nos temos de lembrar é que este sistema vai entrar em ação mais tarde ou mais cedo, quer tentemos quer não. O corpo não continua numa espiral de ansiedade cade vez mais intensa. Chega a um ponto em que a ansiedade desliga e o corpo fica relaxado. Este é um dos vários sistemas que temos integrados no corpo para sobrevivermos.
Mesmo se você se preocupar e stressar muito para manter o sistema nervoso simpático a funcionar ele vai acabar por parar. Com o tempo ele torna-se mais esperto que nós e percebe que na realidade não existe perigo. O nosso corpo é extremamente inteligente – a ciência moderna está sempre a descobrir novos padrões de inteligência que correm pelas células do nosso organismo. O nosso organismo parece ter uma infinidade de maneiras para lidar com um conjunto de funções muito complicadas que nós tomamos por certas. O principal objectivo do nosso organismo é viver bem e de saúde pelo máximo de tempo possível.

Tente deixar de respirar durante o máximo de tempo possível. Não importa a sua força mental, você nunca consegue vencer a força de vontade do corpo. Isto são boas noticias – não importa se tenta convencer-se que vai morrer de um ataque de pânico, você não vai morrer por causa disso. O seu corpo vai passar por cima do medo e procurar por um estado de equilíbrio. Nunca ninguém morreu de um ataque de pânico.
Lembre-se disso da próxima vez que tiver sintomas da síndrome do pânico. A sua mente pode prolongar as sensações do ataque de pânico por mais algum tempo, mas eventualmente tudo vai voltar ao estado de equilíbrio. O estado de equilíbrio (homeostase) é o que organismo procura sempre atingir.
A interferência para o seu organismo não é mais do que um exercício dos seus sentimentos. O nosso corpo não entra em alarme com estes sintomas. Porque deveria de entrar em alarme? O nosso organismo conhece as suas capacidades. É o nosso consciente que entra em pânico, que fica assustado e exagera com medo e terror! Nós temos a tendência de esperar pelo pior e de exagerar as nossas sensações. Um batimento cardíaco acelerado é um ataque cardíaco. Uma mente demasiado ativa é quase esquizofrenia. A culpa é sua? Nem por isso – nós estamos simplesmente a fazer diagnósticos com má informação.

A atividade no sistema nervoso simpático aumenta o batimento cardíaco, acelera a circulação em todo o corpo, assegura que todas as áreas importantes para o reflexo ataque-fuga estejam com muito oxigênio. Isto acontece para preparar o corpo para a ação.
Uma coisa fascinante do reflexo ataque-fuga é que o mecanismo manda o sangue de onde ele não é necessário (através da contração dos vasos sanguíneos) para os lugares onde ele é necessário, músculos dos braços, pernas e do tronco.
Por exemplo, no caso de haver um ataque físico o sangue vem da pele, dedos, dedos dos pés e é movido par as áreas ativas com as pernas e os músculos dos braços.
É por isso que muitas pessoas sentem falta de sensibilidade e formigueiros durante um ataque de pânico que são mal interpretados como um risco para a saúde, como o inicio de um ataque cardíaco. É interessante que as pessoas que sofrem de ataques de ansiedade pensam muitas vezes que tem problemas de coração. Se você tem mesmo essa preocupação então deve consultar o seu médico para verificar tudo. Assim você pode tirar conclusões e esquecer esse medo.

Um dos efeitos mais chocantes do ataque de pânico é a falta de ar e a respiração rápida. É muito comum que durante um ataque de pânico a pessoa sinta um aperto no peito e na garganta. Eu acho que todos temos o medo de perder o controlo da nossa respiração. Da minha experiência pessoal eu sei que a ansiedade aumenta por causa do medo que temos de parar de respirar. O pânico pode causar a uma paragem respiratória? Não.
Os ataques de pânico são associados a um aumento do ritmo respiratório e na quantidade de ar inspirado. Isto tem uma importância obvia para a defesa do corpo pois os tecidos precisam de mais oxigênio para preparar para a ação. O que sentimos quando aumenta a respiração pode incluir a falta de ar, hiper-ventilação, sensações de falta de ar e mesmo dores e apertos no peito. O problema real é que estas sensações são estranhas para nós e não parecem naturais.
Como tive ataques de pânico muito extremos, eu lembro-me que em muitas ocasiões eu sentia que não podia confiar no meu corpo para respirar. Por isso eu tinha de respirar conscientemente e dizer a mim próprio para inspirar e expirar. Claro que isso não era o suficiente para as necessidades de oxigénio do meu corpo e por isso esse sentimento aumentava mais – e a ansiedade também. Foi só quando apliquei a técnica que lhe vou explicar mais tarde, que deixei o meu corpo fazer o que ele faz melhor – seguir os instintos biológicos.
Um efeito secundário importante da respiração mais rápida (especialmente quando não existe atividade física) é que a quantidade de sangue que vai para a cabeça diminui. Enquanto que esta diminuição de circulação para o sangue não é perigosa, ela produz uma variedade de sintomas desagradáveis mas que não fazem mal. Estes incluem tonturas, visão enevoada, confusão, sentimento de irrealidade e suores frios.

Existem outros efeitos produzidos pela ativação do sistema nervoso simpático, nenhuma das quais fazem mal. As pupilas dilatam para deixar entrar mais luz, o que pode resultar em visão turva e em “ver estrelas”, etc. Existe uma diminuição da salivação, resultando numa boca seca.
Existe uma diminuição da atividade no sistema digestivo, que muitas vezes dá náuseas, uma sensação pesada no estômago e mesmo prisão de ventre. Finalmente, quando os vários grupos musculares ficam tensos em preparação para o ataque-fuga isso pode resultar e várias sensações de tensão, por vezes transformando-se em dores e tremores.
No geral o mecanismo de ataque-fuga ativa todo o metabolismo corporal. Por isso é que as pessoas sentem calores e suores pois este processo utiliza muita energia e depois a pessoa sente-se cansada e esgotada.
Gostaria de chamar a atenção sobre os mitos da síndrome do pânico porque existem rumores que dizem que um ataque de pânico pode causar a morte, o que é totalmente falso. Estes rumores ainda aumentam mais o medo que as pessoas têm da doença e não ajudam notratamento da síndrome do pânico.
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