terça-feira, 24 de abril de 2012

.Malária !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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1. DEFINIÇÃO FIG.1- Anopheles

Doença infecciosa mortal, causada por um protozoário (parasita) unicelular, do grupo Plasmodium, principalmente das espécies vivax e falciparum. Esta doença é transmitida aos humanos, por meio de uma picada de fêmea de mosquitos do género Anopheles, que injectam o parasita Plasmodium, que se dirige directamente ao fígado e seguidamente à corrente sanguínea aniquilando os glóbulos vermelhos tornando as pessoas anémicas. Outras formas de transmissão da doença, será por meio de transfusões de sangue ou até mesmo partilha de seringas infectadas com o Plasmodium.

2. ORIGEM

Malária proveio da expressão italiana “ mau Aire”, que significa “ mau ar”, visto que antigamente se acreditava que a doença era causada pelas emanações e miasmas dos pântanos, principalmente africanos.

3. TRANSMISSÃO

A malária é transmitida através de uma picada de um mosquito infectado, que suga o sangue necessário para o seu desenvolvimento ovular. A transmissão mais comum é no interior das habitações, em áreas rurais e nas periferias urbanas. A transmissão da malária pode dividir-se em:

3.1 Transmissão natural

Malária - Doenças em África

É aquela em que o Plasmodium é introduzido no organismo humano por meio da picada de uma fêmea de Anopheles infectada, que suga o sangue humano necessário para o seu desenvolvimento ovular. Esta é portador de esporozóitos nas suas glândulas salivares que se irão desenvolver quando injectados no organismo humano.

3.2 Transmissão Induzida

Transmissões não naturais onde algum descuido ou erro humano está em causa, são exemplos dessa transmissão:

  • Transfusão de sangue que passam nos testes de parasitemia;
  • Uso compartilhado de agulhas e/ou seringas por usuários drogados;
  • Da gestante para o filho, antes ou durante o parto;
  • Acidentes de trabalho em Hospitais e Laboratórios.

A fêmea Anopheles adquire a malária após 8 -16 dias de picar um ser humano infectado. A partir desse momento está totalmente apta a transmitir a doença através da sua picada que tem um ciclo regular de 2 a 3 dias.

4. CICLO DO PLASMODIUM

As fêmeas Anopheles colocam os seus ovos em colecções hídricas adequadas, tais como: lagos, rios, pântanos, etc., pois todos estes possuem um baixo teor em matéria orgânica. Os ovos colocados são isolados e permanecem à superfície, devido à sua pequena dimensão (0.5mm) e por possuírem flutuadores laterais. Dos ovos surgirão larvas, que se transformarão em pupas e estas por sua vez em adultos. Este desenvolvimento do ovo varia entre 7 a 20 dias . As fêmeas são fecundadas apenas uma vez, mas colocam ovos férteis a cada 2 dias durante toda a sua vida (30 dias). Factores como a temperatura, humidade do ar e luz podem ou não contribuir para este tempo de vida. Uma temperatura de cerca de 25º a 30º, uma humidade de 40º a 50º, e uma baixa luminosidade, são níveis óptimos para a sobrevivência da fêmea, logo as altas temperaturas, as altas humidades em África explica a grande existência desta fêmea. Importante lembrar, é o facto dos mosquitos não transmitirem a malária quando nascem, isto só ocorrerá após alguns dias de se alimentarem do sangue animal ou humano ingerindo o Plasmodium. Após a picada, o mosquito suga o sangue que contem os gametócitos, estes rompem as membranas dos glóbulos vermelhos e tornam-se livres no estômago do Anopheles. O núcleo dos gametócitos divide-se em faixas de cromatina. Os gametócitos femininos sofrem maturação e o seu núcleo move-se para a superfície e o sofre uma pequena elevação. Se houver gâmeta masculino dá-se a fecundação (união nuclear), formando o zigoto. Esta fecundação dá-se num espaço de 20 minutos a 2 horas. O zigoto por meio de movimentos de contracção sobe até ao épitelio do mosquito e é cercado por um cisto (membrana elástica) formando os oócisto que quando maduros rompem e libertam esporozóitos que se espalham por todo o organismo do mosquito. O número de esporozóitos é cerca de 10.000. A maioria dos esporozóitos penetra as glândulas salivares embebendo-se no seu citoplasma. Após picarem um organismo não infectado com o parasita, estes entram nos glóbulos vermelhos e recomeçam o seu ciclo assexuado. Um único Anopheles pode infectar uma ou mais pessoas.

5.CICLO NO HOMEM FIG.2-Malaria no sangue

O ciclo no homem inicia-se quando este é picado pelo mosquito, libertando saliva que funcionará como anticoagulante contendo esporozóitos. Estes dirigem-se à corrente sanguínea e após 30 minutos dirigem-se ao fígado, mais precisamente ás células hepáticas, onde se multiplicam por mitose designando-se então de criptozóites, que continuam o processo de multiplicação por esquizógonia (divisões nucleares sucessivas no qual a membrana será a ultima a dividir), estes originam os merozóitos, que entram directamente nas hemácias (Glóbulos Vermelhos) onde continuam as divisões mitóticas, durante 6 a 8 dias sem induzir malária. As hemácias infectadas saem em períodos regulares de 2 dias provocando então os primeiros sintomas da malária, esta células rompem-se e libertam os merozóitos no plasma e o processo ocorre sequencialmente por todas as células do sistema circulatório. Após o período de reprodução assexuada, alguns desses merozóitos tornam-se gametócitos e se o mesmo ser humano for picado novamente por uma fêmea Anopheles dar-se-á o início de um novo ciclo de transmissão. A fagocitose e produção de anticorpos pelo organismo humano são duas das formas de impedir a multiplicação. O crescimento dos parasitas nos glóbulos vermelhos é acompanhado por perturbações destas, aparecendo então três espécies denominadas Shüffner (Plasmodium vivax), Maurer (Plasmodium falciparum) e Zimann (Plasmodium malarie). Estes grânulos contêm uma grande concentração de antigéneos, que devido a Voller foram identificados através da fluorescência, contribuindo para a descodificação e produção de anticorpos.

6.ESPÉCIES DE MOSQUITOS

Anopheles (Nyssarhynchus) darlingi – Root, 1926 Anopheles (Nyssarhychus) albitarsis – Lynch Arribalzaga, 1878 Anopheles (Nyssarhychus) deaneorum – Rosa Freitas, 1989 Anopheles (Nyssarhychus) aquasalis – Curry, 1932 Anopheles (Kerteszia) cruzii – Dyar& Knab, 1908 Anopheles (Kerteszia) bellator - Dyar& Knab, 1908

7.PLASMODIUM FALCIPARUMFIG.3- Plasmodium Falciparum

O protozoário Plasmodium foi descoberto pelo médico do exército francês Charles Louis Alphonse Laveran.

Existem 4 tipos de malária, sendo entre elas, o Plasmodium falciparum o mais perigoso. Este é classificado por vários grupos de clínicos como “um dos dez microrganismos que maior resistência oferece aos medicamentos.” Esta espécie de protozoário possui genes que lhe permitem modificar a superfície das células infectadas, impedindo a acção dos anticorpos produzidos pelo organismo.

8.SINTOMAS

  • Febre alta (40º);
  • Suores abundantes;
  • Calafrios;
  • Dores de cabeça;
  • Falta de apetite;
  • Náuseas e vómitos;
  • Anemia;
  • Icterícia (coloração amarela na pele e olhos);
  • Cansaço;
  • Dores abdominais e corporais;
  • Diarreia;

Sintomas em fases graves da doença:

  • Insuficiência renal;
  • Ataques epilépticos;
  • Confusão mental.

9.TIPOS DE DOENÇAS

A malária envolve 4 tipos, que diferem entre si, na incidência do parasita a nível do organismo do ser humano, na rapidez do parasita alastrar a doença e na resistência oferecida aos tratamentos. Os tipos são o Plasmodium vivax, Plasmodium Ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum, sendo este ultimo o mais fatal e preocupante, pois existe maioritariamente em África.

10. PREVENÇÃO

FIG. 10.1- Rede mosquiteira

  • Insecticidas potentes e tóxicos;
  • Uso de redes mosquiteiras (à base de deltametrina);
  • Uso de Telas nas janelas e nas portas;
  • Cremes repelentes (DEET);
  • Roupa a cobrir o corpo, evitando assim a picada pois o mosquito não tende a picar mãos e cara;
  • Drenagem de pântanos e águas paradas;
  • Evitar a permanência em ar livre nos horários mais nocturnos.

A vacina da malária não existe embora por vezes possa ser confundida pela vacina contra a febre-amarela. Outras medidas de prevenção envolvem o impedir do desenvolvimento das espécies, chamadas medidas quimioprofilácticas que se baseiam em medicamentos que evitam a multiplicação do Plasmodium. Alguns destes anti-maláricos já se mostraram ineficazes frentes à resistência adquirida pelo protozoário.

10.1 Pontos A Ter Em Causa

  • Tempo de permanência na área malarígena;
  • Tipo de habitação a ser ocupada no local;
  • Recursos médicos na área.

11. TRATAMENTO

Os diferentes tipos de malária são curados de diferentes formas. Os FIG. 11.1- Cloroquinamedicamentos anti-maláricos baseiam-se principalmente em Mefloquina ou Cloroquina. Ambos estes medicamentos são feitos com base na quinina (ou o seu ísomero quinidina), que são extraídos da Cinchona. O primeiro medicamento tem limitações, nomeadamente no que diz respeito à administração a crianças, sendo mesmo contra indicado visto alterar a condução cardíaca e mesmo ataques epilépticos. A Cloroquina não deve mais ser usada, visto o Plasmodium falciparum já oferece resistência a este fármaco. A mistura destes dois fármacos (cocktails) também é utilizada pois os parasitas apenas oferecem resistência a cada um dos fármacos. Ultimamente a artemisinina, extraída de uma planta chinesa, tem dado resultados importantes, pois esta produz radicais livres em contacto com o ferro existente nas hemácias, destruindo o parasita. No entanto o inconveniente desta planta é a sua existência em pequenas quantidades, mas poderá desenvolver-se em África a baixos custos. Este fármaco é o único ao qual o parasita actualmente não oferece resistência. Em suma o tratamento farmacológico da malária baseia-se na susceptibilidade do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes, morrendo este agente com concentração inferiores ás que causariam a morte para as célula Humanas.

12. DIAGNÓSTICO

12.1 Diagnóstico Clínico
O Elemento fundamental do diagnóstico é sempre pensar na possibilidade de possuir a doença. É importante no exame clínico recolher informação sobre a área de residência ou a área onde o indivíduo foi infectado. Alem disso, informação acerca de transfusões de sangue, partilha de seringas e/ou agulhas. Os sintomas também representam uma importante informação para o diagnóstico.

12.2 Diagnóstico Laboratorial
FIG. 12.1- Exemplo de esfregaço
O Diagnóstico 100% correcto da infecção da malária só é possível pela demonstração do parasita, ou de antigenios relacionados no sangue periférico através dos seguintes métodos diagnósticos:

  • Gota espessa: método de baixo custo e de fácil realização, baseia-se na visualização do parasita através de microscopia após coloração com Azul-de-metileno, permitindo a diferenciação.
  • Esfregaço delgado: método seguro que permite a diferenciação específica do parasita, a partir de uma análise morfológica.
  • Testes imunocromatográficos: métodos rápidos, realizados com fitas de nitrocelulose contendem anticorpos contra os antigenios do parasita.

13. EFEITOS GENÉTICOS E IMUNIDADE

Todo o ser humano é susceptível à malária, mesmo aqueles que contraíram diversas vezes, visto a imunidade conferida ao parasita não conter protecção total. A Anemia falciforme é uma doença genética que ocorre em regiões de incidência da malária, no entanto os portadores desta doença oferecem resistência à malária. Outras como Talassémias, a deficiência da enzima na glicose-6-fosfato desidrogenasse, também oferecem resistência ao parasita visto estas mutações conterem mais radicais livres nas hemácias do que o normal, ao qual o parasita é susceptível.

14. NÚMEROS DA MALÁRIA

GRAFICO 1- Números de casos da Malária até 2001

GRAFICO 2- Evolução dos casos de Malária

15. CONSEQUÊNCIAS DA MALÁRIA

FIG. 15.1 – Criança em sofrimento devido á malária.FIG. 15.2 – Criança em estado latente.

Malária

conhecida como Malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical. Também sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã, o vetor da doença é o anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica as pessoas, principalmente ao entardecer e à noite.
O ciclo da malária humana é homem-anofelino-homem. Geralmente é a fêmea que ataca porque precisa de sangue para garantir o amadurecimento e a postura dos ovos. Depois de picar um indivíduo infectado, o parasita desenvolve parte de seu ciclo no mosquito e, quando alcança as glândulas salivares do inseto, está pronto para ser transmitido para outra pessoa.
A Amazônia é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária.
Tipos de parasita
Existem mais de cem tipos de plasmódio, o parasita da malária. Dos que infectam o homem, quatro são os mais importantes: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. A doença provocada pelo vivax é a mais comum e a provocada pelo malariae, a menos grave. Já a provocada pelo ovale é típica da África.
Ciclo do parasita
O plasmódio desenvolve um ciclo sexuado dentro do organismo do mosquito e um assexuado no organismo humano. Depois de 30 minutos que entrou na circulação sanguínea do homem, alcança o fígado e vai-se multiplicando dentro das células hepáticas até que elas arrebentam. Então, eles se espalham no sangue e invadem os glóbulos vermelhos, onde se reproduzem a tal ponto que eles se rompem também.
Transmissão
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
Diagnóstico e período de incubação
O período de incubação depende do tipo de malária, mas varia de 7 a 28 dias a partir do momento da picada.
Caso a pessoa tenha febre depois de ter visitado áreas de risco, a possibilidade de ter contraído malária deve ser levada em consideração. Para confirmar o diagnóstico, existe um exame de lâmina, também chamado de gota espessa ou esfregaço, que consiste em puncionar a ponta de um dedo para obter uma gota de sangue e analisá-lo.
Tratamento
Não existe vacina contra a malaria, uma doença autolimitada, mas que pode levar à morte se não for tratada em determinados casos. O tratamento padronizado pelo Ministério da Saúde é feito por via oral e não deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.
O medicamento indicado para a malária vivax é bem tolerado e não provoca efeitos colaterais. O mesmo não acontece com os indicados para a malária falciparum, o que dificulta seu uso nesse caso.
Recomendações
* Use repelente no corpo todo, camisa de mangas compridas e mosquiteiro, quando estiver em zonas endêmicas;
* Evite banhos em igarapés e lagoas ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam, se estiver numa região endêmica;
* Procure um serviço especializado se for viajar para regiões onde a transmissão da doença é alta, para tomar medicamentos antes, durante e depois da viagem;
* Não faça prevenção por conta própria e, mesmo que tenha feito a quimioprofilaxia, se tiver febre, procure atendimento médico;
* Nunca se automedique.