terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Desenvolvimento corporal e psicossexual [editar] Crescimento físico


Desenvolvimento corporal e psicossexual
[editar] Crescimento físico

Durante a adolescência o corpo do indivíduo cresce continuamente até a idade de 16 a 19 anos, quando a estatura adulta é alcançada - os rapazes atingem a estatura adulta em média dois anos mais tarde do que as moças. Tal crescimento, no entanto, não se dá de maneira contínua: aproximadamente aos 14-15 anos os rapazes - as moças dois anos antes - têm um "salto no crescimento", ou seja eles crescem em um ano mais do que nos anos anteriores e nos seguintes. Depois desse salto, a velocidade do crescimento diminue marcadamente até o indivíduo atingir sua altura final. Paralelamente ao crescimento físico há um aumento no peso, que, no entanto, é dependente da alimentação e da forma de vida.[1].

As diferentes partes do corpo também crescem com velocidades diferentes. De maneira geral os membros superiores (braços) e inferiores (pernas) e a cabeça crescem ma is rapidamente que o resto do corpo, atingindo seu tamanho final mais cedo. Isso leva a uma desproporção visível com relação ao tronco, que cresce mais devagar. Essa desproporção é observável também nos movimentos por vezes desajeitados, típicos da adolescência[1].

Até a idade de 11 anos, meninos e meninas têm aproximadamente a mesma força muscular. O crescimento muscular dos rapazes é, no entanto, maior, o que explica a maior força física média dos homens na idade adulta[1].
[editar] Puberdade
[editar] Mudanças corporais

Apesar das muitas diferenças individuais no crescimento e no desenvolvimento sexual, o processo de amadurecimento sexual apresenta uma certa sequência, comum tanto aos rapazes como às moças. Para as moças, no entanto, esse processo tem início, em média, dois anos mais cedo do nos rapazes[1].
[editar] Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nas moças

1. 10-11 anos: Início da formação dos quadris com a acumulação de gordura, primeiro crescimento dos seios e dos mamilos;
2. 11-14 anos:
1. Surgem os pelos pubianos (lisos), a voz torna-se mais grave, rápido crescimento dos ovários, da vagina, do útero e dos lábios da genitália;
2. Os pelos pubianos tornam-se crespos
3. Idade do "salto de crescimento" (ver acima), os seios começam a tomar forma (estágio primário), amadurecimento dos óvulos: menarca (primeira menstruação):
3. 14-16 anos: Crescimento dos pelos axilares, os seios adquirem a forma adulta (estágio secundário)[11]

[editar] Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nos rapazes

1. 12-13 anos: Surgem os pelos pubianos (lisos); início do crescimento dos testículos, do escroto e do pênis, mudanças temporárias no peito; formação de esperma
2. 13-16 anos:
1. Início da mudança de voz, crescimento acelerado do pênis, dos testículos, do escroto, da próstata e da vesícula seminal, primeira ejaculação
2. Os pelos pubianos tornam-se crespos
3. Grande "salto de crescimento"
4. Crescimento dos pelos axilares
3. 16-18 anos: aparecimento da barba, início das "entradas" no contorno dos cabelos, marcante mudança de voz[11].

[editar] O significado dessas mudanças para os adolescentes

Em uma pesquisa realizada na Alemanha[12] Schmid-Tannwald e Kluge registraram uma tendência entre as meninas de terem a menarca aproximadamente 1,3 anos mais cedo do que em uma pesquisa anterior de 1981. As meninas que foram preparadas pelos pais para esse fenômeno corporal relataram terem-no visto como natural, enquanto as moças que não haviam sido preparadas relataram terem tido um sentimento desagradável. Também entre os meninos o mesmo estudo registrou uma tendência de uma primeira ejaculação aproximadamente 1,7 anos mais cedo do que dez anos antes. Dos adolescentes entrevistados apenas 43% tiveram uma primeira ejaculação espontânea; 31% a tiveram através de masturbação e 5% através do ato sexual.
[editar] Mudanças hormonais

A ação dos hormônios, importantíssimos na regulação do metabolismo, é muito complexa e ainda não completamente compreendida. Com relação ao crescimento corporal dois hormônios desempenham um papel preponderante: a somatotrofina, hormônio do crescimento produzido pela hipófise, e a tiroxina, produzida pela tiróide. A somatotrofina regula o crescimento do corpo como um todo; já a tiroxina, que só é produzida "sob instrução" da hipófise através da tirotrofina, regula principalmente o crescimento do cérebro, dos dentes e dos ossos[1].

A puberdade traz consigo uma mudança na ação dos hormônios. Ativada pelo hipotálamo a hipófise começa a secretar novos hormônios que agem sobre os órgãos sexuais (gonadotrofinas: hormônio folículo-estimulante e hormônio luteinizante) e sobre as glândulas supra-renais (hormônio adrenocorticotrófico). Nos meninos, aproximadamentes aos 11 anos, o hormônio folículo-estimulante provoca o desenvolvimento das células que produzem os espermatozóides e o hormônio luteinizante leva à produção do hormônio masculino, a testosterona. Esta, por sua vez, conduz aos desenvolvimento das característicxas típicas masculinas. Já nas meninas, aproximadamente aos 9 anos, o hormônio folículo-estimulante leva ao amadurecimento dos folículos de Graaf no ovário, que produzem os óvulos, e o hormônio luteinizante à menstruação. Os ovários produzem, por sua vez, dois hormônios: o estrogênio, que regula o crescimento dos seios, dos pelos pubianos e a acumulação de gordura, e a progesterona, que regula o ciclo menstrual e a gravidez[1].
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Aceleração e retardo no desenvolvimento

Como se viu, as mudanças típicas da adolescência iniciam, em média, em uma idade específica. No entanto alguns adolescentes iniciam o seu amadurecimento mais cedo do que a média enquanto outros o fazem mais tarde. Dos primeiros se diz que seu amadurecimento é acelerado, enquando o dos segundo é retardado. Importante é notar que tal comparação só pode ser feita em algumas situações, pois tais diferenças existem entre pessoas de diferentes raças e de diferentes gerações.

Em nenhuma outra fase da vida há uma variação tão grande entre pessoas da mesma idade como na adolescência. Essa situação é ainda mais confusa porque o desenvolvimento físico, o social e o cognitivo (ver abaixo) não andam necessariamente juntos. O meio-ambiente, no entanto, reage de forma diferente, de acordo com o desenvolvimento visível da pessoa - meninos que parecem mais velhos tendem a ser tratados como mais velhos e vice-versa. Essa reação do meio ambiente influencia o desenvolvimento social e psicológico dos adolescentes de maneira marcante. Adolescentes com desenvolvimento retardado tendem a ter emocionalmente menos estáveis e menos satisfeitos; tendem a ter uma autoimagem mais negativa, a ser menos responsáveis e mais inseguros. Já os adolescentes com desenvolvimento acelerado têm um maior risco de terem problemas com drogas e com o comportamento social, provavelmente por terem acesso mais cedo a grupos mais velhos[13][14][15]. Outros estudos registraram que rapazes com desenvovimento acelerado apresentam algumas vantagens com relação a seus coetâneos: mesmo na idade de 38 anos eles se mostraram mais responsáveis, coocperativos, seguros, controlados e mais adaptados socialmente; ao mesmo tempo se mostraram mais convencionais, conformistas e com menos senso de humor; já os rapazes com desenvolvimento retardado mostraram-se, mesmo com 38 anos, mais impulsivos, instáveis emocionalmente, mas em compensasão mais capazes de reconhecer seus erros, mais inovativos e divertidos[16]. Também com relação ao desenvolvimento da identidade há diferenças entre rapazes com desenvolvimento acelerado e retardado. Como têm mais tempo para desenvolver seu conhecimento e suas estratégias de coping os rapazes com desenvolvimento retardado tendem a ter melhores possibilidades no desenvolvimento da própria identidade, enquanto os rapazes com desenvolvimento acelerado acabam sendo introduzidos mais cedo no muno adulto e acabam assumindo uma identidade mais próxima aos padrões socialmente estabelecidos[10][1]. Já no caso das moças a situação é um pouco distinta. Moças com desenvolvimento acelerado tendem a ter uma autoestima mais baixa por crescerem mais rapidamente e assim não corresponderem ao ideal de beleza culturalmente estabelecido. Por outro lado moças com uma menarca muito tardia parecem também mostrarem uma tendência a terem uma autoestima mais baixa[17]. Resumindo: aceleração e retardo no desenvolvimento são dois fenômenos que podem trazer consigo certos riscos para o desenvolvimento da pessoa. No entanto um trabalho de esclarecimento dos pais e dos adolescentes pode reduzir esses risco de maneira drástica, oferecendo aos adolescentes melhores condições de desenvolvimento[1].

Outro fenômeno muito discutido é o da chamada aceleração secular, ou seja, a tendência, nos países ocidentais, de a puberdade iniciar cada vez mais cedo. Em um estudo comparativo, Tanner mostra como desde 1840 a idade média da menarca caiu de 17 anos para 13,5 anos na Noruega, fenômeno observável também em outros países europeus e nos Estados Unidos[18]. Os adolescentes atingem, assim, a maturidade corporal cada vez mais cedo. Por outro lado o início da idade adulta - entrada no mercado de trabalho e formação de uma família - tende a ocorrer cada vez mais tarde devido à longa formação necessária (escola, universidade). Essas duas tendências contrárias geram novas oportunidades mas também novos desafios - e estresse - para os adolescentes[1].
[editar] A sexualidade do adolescente

Paralelamente ao início da maturidade sexual também o comportamento sexual começa a se desenvolver. Esse desenvolvimento é um processo muito complexo e é fruto da interação de vários fatores - desenvolvimento físico (ver acima), psicosocial, a exposição a estímulos sexuais (que é definida pela cultura), os grupos de contatos sociais (amigos, grupos de esporte, etc.), e as situações específicas que permitem o acesso à experiência erótica.

O início do desenvolvimento sexual se encontra já na infância. Não apenas os casos de abuso sexual, mas também as experiências quotidianas de troca de carinho e afeto, de relacionamentos interpessoais e de comunicação sobre a sexualidade desempenham um papel importantíssimo para o desenvolvimento do comportamento sexual e afetivo do adolescente e, posteriormente, do adulto. Importantes aqui são sobretudo processos de aprendizado através do modelo dos pais: em famílias em que carinho e afeto são trocados abertamente e em que a sexualidade não é um tabu os adolescentes desenvolvem outras formas de comportamento do que em famílias em que esses temas são evitados e considerados inconvenientes[1].
[editar] Comportamento sexual

Baseados em seus estudos com adolescentes alemães Schmid-Tannwald e Kluge (1998) defendem três teses que resumem o resultado desse trabalho[12]:

1. O desenvolvimento do comportamento social está cada vez mais acelerado, acompanhando a aceleração secular da maturidade sexual (ver acima "aceleração e retardo no desenvolvimento"). O início da vida sexual está ligado ao início da maturidade sexual (menarca nas moças e primeira ejaculação nos rapazes) mais do que a qualquer outro fator: a maior parte dos adolescentes tendem a ter sua primeira relação sexual nos primeiros anos após atingirem a maturidade sexual. Dessa forma, em um estudo de 1983[19] 44% das moças e 33% dos rapazes com 17 anos afirmavam já ter tido uma relação sexual, enquanto em 1994[12] 92% das moças e 79% dos rapazes com 17 anos diziam já ter tido uma experiência sexual. Apesar da pouca idade, a maioria dos adolescentes tende a trocar carícias e a fazer experiências de toques íntimos sem penetração ("petting") como preparação para o ato sexual. Já nos primeiros anos de atividade sexual ambos os sexos tendem a ver o sexo como algo belo, se bem que essa tendência seja maior entre os rapazes[1].

1. O comportamento sexual de ambos os sexos está se aproximando cada vez mais: em 1983[19] a diferença entre a idade média da menarca e da primeira ejaculação era de 0,7 anos (ou seja, em média as moças tinham a primeira menstruação 9 meses antes dos rapazes); já em 1994[12] a diferença era de apenas 0,3 anos (3-4 meses). Em 1983 as moças tendiam a ter a primeira relação sexual 0,7 anos mais cedo do que os rapazes[19], já em 1994 a idade era a mesma: 14,9 anos[12].

1. O comportamento sexual é influenciado pela cultura familiar. Mas mesmo em famílias que tendem a conversar menos abertamente sobre sexualidade e relacionamentos e a não preparar os adolescentes para a menarca e a maturidade sexual os adolescentes têm uma vida sexual ativa - mesmo a revelia dos pais[1].

Um outro ponto importante é a preferência dos adolescentes por relacionamentos estáveis ao invés de liberalidade sexual. Sobretudo para as moças uma vida sexual satisfatória está fortemente relacionada a um relacionamento estável e íntimo[1] .
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Esclarecimento sobre sexualidade e contracepção

No estudo de 1983 30% das moças e 50% dos rapazes diziam ter tido a primeira relação sem proteção, por crerem que não se engravida tão facilmente[19]; já em 1994 80% das moças e 76% dos rapazes alemães diziam ter utilizado algum tipo de método contraceptivo já no primeiro ano de vida sexual ativa[12]. As principais razão para a pouca proteção é sobretudo pouco ou mesmo falso conhecimento: os adolescentes frequentemente não conhecem suficientemente o ciclo menstrual mas julgam saber quando podem ter sexo sem proteção e sem risco de gravidez. Em comparação às moças os rapazes têm um maior defict de conhecimento. O esclarecimento sobre a sexualidade ainda tende a ser feito por amigos ou livros e não em casa[1].
[editar] Prevenção de uma sexualidade precoce

A partir dos dados disponíveis, Oerter e Dreher (2002) enfatizam três ponto principais[1]:

1. O controle e o apoio sociais ao adolescente são importantes para o seu desenvolvimento - também para o sexual. A tendência atual, de a vida sexual ativa dos adolescentes se tornar cada vez mais aceita, de forma que os jovens podem, por exemplo, dormir com a namorada em casa torna a família um importante ponto de referência também com relação à sexualidade;
2. A sexualiade faz parte do processo de desenvolvimento da própria identidade do adolescente e é assim uma parte importante do seu desenvolvimento humano;
3. A sexualidade, como outras atividades na vida do adolescente, tem uma função no desenvolvimento da identidade. O desenvolvimento de outros interesses que tenham uma função análoga podem ajudar a evitar um início precoce da vida sexual.

[editar] Desenvolvimento da Identidade

Ver artigo principal: Identidade
Ver artigo principal: Si mesmo

O termo "identidade" corresponde à resposta à pergunta "quem sou eu?". A resposta a essa pergunta se desenvolve num longo e complexo processo que começa nas primeiras horas de vida e se estende até a mais alta idade. Nesse longo processo a adolescência representa um momento chave, de grande significado. No processo de desenvolvimento da identidade agem duas forças motrizes: (1) o desejo do indivíduo de conhecer a si mesmo (autoconhecimento) e (2) a busca de dar forma a si, de construir sua personalidade, se aprimorar e se desenvolver (autodesenvolvimento, al. Selbstgestaltung)[1].

Durante muito tempo a adolescência foi vista como uma fase de "tempestades e tormentas" (Sturm umd Drang, por exemplo por Granvillle S. Hall[20]). Com o auxílido da pesquisa mais atual, no entanto, essa visão tem se tornado mais diferenciada. Por exemplo, quando medidas através de questionários, a autoimagem[21] e a autoestima mantém-se relativamente estáveis durante toda a adolescência - se bem que em uma importante minoria, sobretudo entre as moças, há uma tendência de diminuição da autoestima[22].

Enquanto a autoimagem e a autoestima parecem permanecer constantes, a complexidade da estrutura da identidade aumenta constantemente durante a adolescência. Esse aumento de complexidade se mostra nos seguintes pontos[23]:

* A descrição de si se torna cada vez mais contexto-específica: por exemplo, a pessoa se vê como tímida diante de pessoas do outro sexo, mas autoconfiante diante de amigos e colegas;
* A autoimagem real (como eu sou) e a autoimagem ideal (como eu gostaria de ser) são vistas cada vez mais como diferentes;
* O "eu verdadeiro" é visto cada vez mais como diferente de um "eu falso" ou "fingido": enquanto adolescentes com 12 ou 13 anos não fazem essa diferença, rapazes e moças mais velhos a consideram importante;
* Os adolescentes aprendem cada vez mais a verem-se pelos olhos dos outros;
* A dimensão do tempo desempenha um papel cada vez mais importante na descrição de si: enquanto crianças se descrevem sempre no presente, os adolescentes começam a levar em conta o passado (como eu era) e o futuro (como eu gostaria de ser) em consideração.

Higgins (1987) descreveu três tipos de "si mesmo" - o si mesmo real, o si mesmo ideal (como a pessoa gostaria de ser) e o si mesmo como deveria ser (que representa a identificação da pessoa com determinadas obrigações e tarefas apresentadas pelo ambiente social). O ambiente social tem, ele mesmo (ou melhor, a pessoas que dele fazem parte), uma imagem de como o indivíduo é e de como ele deveria ser (expectativas). O aumento da complexidade na compreensão de si mesmo expõem o adolescente assim a diferentes tipos de discrepância[24]:

* Entre o si mesmo real e o ideal - ou seja, a imagem que o indivíduo faz de si não corresponde com a pessoa que ele gostaria de ser; a pessoa tende se sentir decepcionada e insatisfeita;
* Entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas - família, amigos - fazem; a pessoa tende a se sentir envergonhada e humilhada;
* Entre o si mesmo real e o como deveria ser - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde à idéia que ela faz a respeito das obrigações e tarefas que ele deveria cumprir; a pessoa tende a ter sentimentos de culpa e a fazer acusações, condenando-se a si mesma;
* Entre o si mesmo real e as expectativas dos outros - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da familia, amigos ou outroas pessoas ou grupos importantes para o indivíduo; a pessoa tende a se sentir ameaçada, com medo, esposta a perigos e dor.

A tomada de consciência desses conflitos de interesses expõe o adolescente ao estresse e, dependendo da carga genética e do ambiente em que se desenvolve, ao riso de diversos tipos de problemas sociais e psicológicos - desde transtornos alimentares (anorexia, bulimia) até o suicídio, passando por problemas de desempenho escolar, abuso e dependência de substâncias químicas, fobias e depressão. Segundo estudos epidemiológicos europeus entre 15% e 22% da população infanto-juvenil apresenta alguma forma de distúrbio mental nessa faixa etária[25].
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Significado social

Os adolescentes são um alvo cobiçado pelo comércio. Telemóveis, música contemporânea, jogos eletrónicos e roupas "da moda" são populares entre adolescentes, desde os últimos anos do século XX. Da mesma forma, a propaganda utiliza a imagem do próprio adolescente para vender seus produtos, buscando mostrar a idéia de jovialidade, mudança e independência.

Em muitas culturas há cerimônias que celebram a passagem da adolescência ao mundo adulto, geralmente ocorrendo na adolescência. Por exemplo, a tradição judaica considera como adultos (membros da sociedade) os homens aos 13 e as mulheres aos 12 anos de idade, sendo a cerimônia de transição chamada Bat Mitzvah para as garotas e Bar Mitzvah para os rapazes. Os jovens católicos de ambos os sexos recebem o sacramento da Crisma por volta da mesma idade. No Japão a passagem para a idade adulta é celebrada pelo Seijin Shiki (ou “cerimônia adulta” em tradução literal), marcando o Genpuku ("de idade a" ou "de maior", do japonês). Em África, muitos grupos étnicos indígenas praticam ritos de iniciação, por vezes associada à circuncisão masculina ou feminina, esta com aspetos que têm sido postos em causa, por alegadamente atentarem contra a saúde física ou mental das jovens, como a excisão do clitoris e a infibulação.
[editar] Questões de instância legal

Em muitos países, pessoas maiores de uma certa idade (18 anos, em vários casos, apesar de variar de país a país) são legalmente considerados adultos. Pessoas que têm menos que essa delimitada idade podem ser considerados jovens demais para serem considerados culpados por crime. Isto chama-se defesa da infância. O direito a votar em eleições é dado a pessoas com idade mínima entre 16 e 21 anos, em muitos países.

A venda de certos produtos como cigarros, álcool, filmes e jogos eletrônicos com conteúdo pornográfico ou violento é proibido a menores de idade. Tais restrições de idade variam de país a país. Na prática, é possível encontrar pessoas que tiveram contato com estes produtos antes da maioridade.
[editar] Sexo entre adultos e adolescentes

Ver artigo principal: Idade de consentimento: comparação entre os países

A relação sexual entre adultos e adolescentes é regulada pelas leis de cada país referentes à idade de consentimento. Alguns países permitem o relacionamento a partir de uma idade mínima (12 anos na Arábia Saudita, 13 anos na Espanha, 14 no Brasil, Portugal, Itália, Alemanha e Áustria, 15 na França e Dinamarca, 16 na Noruega). Para além das restrições legais, a questão é muitas vezes tratada como um problema social, chegando alguns setores da sociedade a pregar a abstinência sexual nesta faixa etária.

Um exemplo de relacionamento com grande diferença de idade foi dramatizado no romance Lolita, de Vladimir Nabokov levado ao cinema pela primeira vez por Stanley Kubrick em 1962.

No Japão, o termo joshi-kousei (女子高生) indica as estudantes femininas de ensino médio e é usado por garotas de 16 a 18 anos. Elas são frequentemente notadas por suas obsessões por roupas, cultura pop e telefones celulares. A prostituição por parte delas, chamada enjo kosai (援助交際), tornou-se uma preocupação social japonesa a partir da década de 1990. O problema da prostituição juvenil e mesmo infantil é aliás preocupação em muitas sociedades.

Pornografia envolvendo pessoas abaixo de certa idade (geralmente 18) é
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Emancipação de Menores

A emancipação de menores é um mecanismo legal através do qual uma pessoa abaixo da idade da maioridade adquire certos direitos civis, geralmente idênticos àqueles dos adultos. A extensão dos direitos adquiridos, assim como as proibições remanescentes, variam de acordo com a legislação local.

Porém, ainda que esteja emancipado, o menor de idade de 18 anos não comete crime e sim ato infracionário; ou seja, o emancipado abaixo de 18 anos é penalmente imputável.
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esclarecimento sobre sexualidade e contracepção
no estudo de 1983 30% das moças e 50% dos rapazes diziam ter tido a primeira relação sem proteção, por crerem que não se engravida tão facilmente[19]; já em 1994 80% das moças e 76% dos rapazes alemães diziam ter utilizado algum tipo de método contraceptivo já no primeiro ano de vida sexual ativa[12]. As principais razão para a pouca proteção é sobretudo pouco ou mesmo falso conhecimento: Os adolescentes frequentemente não conhecem suficientemente o ciclo menstrual mas julgam saber quando podem ter sexo sem proteção e sem risco de gravidez. Em comparação às moças os rapazes têm um maior defict de conhecimento. O esclarecimento sobre a sexualidade ainda tende a ser feito por amigos ou livros e não em casa[1].
[editar] prevenção de uma sexualidade precoce

a partir dos dados disponíveis, oerter e dreher (2002) enfatizam três ponto principais[1]:

1. O controle e o apoio sociais ao adolescente são importantes para o seu desenvolvimento - também para o sexual. A tendência atual, de a vida sexual ativa dos adolescentes se tornar cada vez mais aceita, de forma que os jovens podem, por exemplo, dormir com a namorada em casa torna a família um importante ponto de referência também com relação à sexualidade;
2. A sexualiade faz parte do processo de desenvolvimento da própria identidade do adolescente e é assim uma parte importante do seu desenvolvimento humano;
3. A sexualidade, como outras atividades na vida do adolescente, tem uma função no desenvolvimento da identidade. O desenvolvimento de outros interesses que tenham uma função análoga podem ajudar a evitar um início precoce da vida sexual.

[editar] desenvolvimento da identidade

ver artigo principal: Identidade
ver artigo principal: Si mesmo

o termo "identidade" corresponde à resposta à pergunta "quem sou eu?". A resposta a essa pergunta se desenvolve num longo e complexo processo que começa nas primeiras horas de vida e se estende até a mais alta idade. Nesse longo processo a adolescência representa um momento chave, de grande significado. No processo de desenvolvimento da identidade agem duas forças motrizes: (1) o desejo do indivíduo de conhecer a si mesmo (autoconhecimento) e (2) a busca de dar forma a si, de construir sua personalidade, se aprimorar e se desenvolver (autodesenvolvimento, al. Selbstgestaltung)[1].

Durante muito tempo a adolescência foi vista como uma fase de "tempestades e tormentas" (sturm umd drang, por exemplo por granvillle s. Hall[20]). Com o auxílido da pesquisa mais atual, no entanto, essa visão tem se tornado mais diferenciada. Por exemplo, quando medidas através de questionários, a autoimagem[21] e a autoestima mantém-se relativamente estáveis durante toda a adolescência - se bem que em uma importante minoria, sobretudo entre as moças, há uma tendência de diminuição da autoestima[22].

Enquanto a autoimagem e a autoestima parecem permanecer constantes, a complexidade da estrutura da identidade aumenta constantemente durante a adolescência. Esse aumento de complexidade se mostra nos seguintes pontos[23]:

* a descrição de si se torna cada vez mais contexto-específica: Por exemplo, a pessoa se vê como tímida diante de pessoas do outro sexo, mas autoconfiante diante de amigos e colegas;
* a autoimagem real (como eu sou) e a autoimagem ideal (como eu gostaria de ser) são vistas cada vez mais como diferentes;
* o "eu verdadeiro" é visto cada vez mais como diferente de um "eu falso" ou "fingido": Enquanto adolescentes com 12 ou 13 anos não fazem essa diferença, rapazes e moças mais velhos a consideram importante;
* os adolescentes aprendem cada vez mais a verem-se pelos olhos dos outros;
* a dimensão do tempo desempenha um papel cada vez mais importante na descrição de si: Enquanto crianças se descrevem sempre no presente, os adolescentes começam a levar em conta o passado (como eu era) e o futuro (como eu gostaria de ser) em consideração.

Higgins (1987) descreveu três tipos de "si mesmo" - o si mesmo real, o si mesmo ideal (como a pessoa gostaria de ser) e o si mesmo como deveria ser (que representa a identificação da pessoa com determinadas obrigações e tarefas apresentadas pelo ambiente social). O ambiente social tem, ele mesmo (ou melhor, a pessoas que dele fazem parte), uma imagem de como o indivíduo é e de como ele deveria ser (expectativas). O aumento da complexidade na compreensão de si mesmo expõem o adolescente assim a diferentes tipos de discrepância[24]:

* entre o si mesmo real e o ideal - ou seja, a imagem que o indivíduo faz de si não corresponde com a pessoa que ele gostaria de ser; a pessoa tende se sentir decepcionada e insatisfeita;
* entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas - família, amigos - fazem; a pessoa tende a se sentir envergonhada e humilhada;
* entre o si mesmo real e o como deveria ser - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde à idéia que ela faz a respeito das obrigações e tarefas que ele deveria cumprir; a pessoa tende a ter sentimentos de culpa e a fazer acusações, condenando-se a si mesma;
* entre o si mesmo real e as expectativas dos outros - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da familia, amigos ou outroas pessoas ou grupos importantes para o indivíduo; a pessoa tende a se sentir ameaçada, com medo, esposta a perigos e dor.

A tomada de consciência desses conflitos de interesses expõe o adolescente ao estresse e, dependendo da carga genética e do ambiente em que se desenvolve, ao riso de diversos tipos de problemas sociais e psicológicos - desde transtornos alimentares (anorexia, bulimia) até o suicídio, passando por problemas de desempenho escolar, abuso e dependência de substâncias químicas, fobias e depressão. Segundo estudos epidemiológicos europeus entre 15% e 22% da população infanto-juvenil apresenta alguma forma de distúrbio mental nessa faixa etária[25].
fala a experiencia por ele:d
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É de todos conhecido, que a psicanálise, como terapia e como teoria foi uma criação de Sigmund Freud, que, nos finais do século XIX, pôde observar nos seus pacientes neuróticos, que a maior parte das perturbações emocionais se deviam à existência de problemas sexuais reprimidos, embora, o conceito de sexualidade tivesse para ele um significado muito mais vasto do que lhe era atribuído pela linguagem comum. Segundo Freud, a sexualidade não se deve identificar com a “genitalidade”, embora esta esteja incluída naquela.

A sexualidade seria para Freud, todo o tipo de comportamento que resultasse fisicamente gratificante, que produzisse sensações de prazer e, portanto, abrangeria toda a actividade instintiva relacionada com as necessidades corporais. A partir desta ideia básica, a concepção de Freud sobre o homem mudou consideravelmente à medida que o trabalho desenvolvido com os seus pacientes neuróticos lhe ia apresentando novos dados (é sabido que Freud tratou alguns casos de histeria, perturbação que, segundo ele, tinha como causa a repressão da actividade sexual, sobretudo nas mulheres). Não esqueçamos que estávamos em plena época vitoriana e as mulheres não tinham, nessa altura, os mesmos direitos que os homens em termos da manifestação dos seus desejos sexuais, para além de outros. As mulheres sobretudo as casadas, eram tidas como objectos sexuais, que não deviam, por questões éticas e morais da época, manifestar desejo ou prazer no acto sexual.

Por volta de 1920 Freud elabora então uma teoria da personalidade que se tornou definitiva e que constituiu uma verdadeira revolução quanto ao modo de estruturação do nosso psiquismo.

Segundo ele, seriam três as instâncias básicas da personalidade: o Id, o Ego e o Superego. Freud não quis afirmar que o psiquismo humano era constituído por três partes, porque não foi isso que ele observou no comportamento perturbado ou normal dos seus pacientes; a sua genialidade consistiu em encontrar nesses comportamentos uma série de estruturas ou leis valendo-se dos três conceitos a que acima fizemos referência.

Estes conceitos revelaram-se de extrema utilidade para explicar ordenada e sistematicamente os fenómenos psíquicos, não fosse Freud, para além das suas competências na área da Medicina um excelente escritor.

O Id seria o conceito que designaria os impulsos, as motivações e desejos mais primitivos do ser humano. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de carácter sexual, tendo em mira o prazer. No início, o ser humano seria todo ele Id, já que nessa altura o organismo humano não busca mais que a satisfação das suas necessidades instintivas e através delas o prazer. O Id como tal é inconsciente, embora procure alcançar a consciência para desse modo conseguir a realização dos seus desejos. O recalcamento, ou repressão é o mecanismo de defesa que impede, caso ocorra, a tomada de consciência do Id. Este mecanismo defensivo mantém o Id numa situação inconsciente quando os desejos que lutam por realizar-se não estão de acordo com o Ego ou o Superego. Freud, a partir de 1920 passa a atribuir também muito importância não só aos desejos sexuais mas também aos desejos agressivos do Id.

O Ego é o conceito que Freud utiliza para designar o conjunto de processos psíquicos e de mecanismos através dos quais o organismo entra em contacto com a realidade objectiva. O Ego seria um guia do comportamento do organismo à luz da realidade. É certo, que o Ego faz eco das demandas do Id e dos seus desejos, mas a sua função consiste em os satisfazer ou não, segundo as possibilidades oferecidas pela realidade. Não é que o Ego não queira o prazer que o Id procura, porém às vezes reconhece que tem de suspender a sua procura sob pena de entrar em conflito com a realidade.

Um Ego amadurecido, não se assusta ao fazer eco dos desejos do Id, ao tomar consciência deles. Ao contrário, um Ego infantil e neurótico resiste a trazê-los à consciência, defendendo-se contra eles através da repressão (recalcamento) e outros mecanismos de defesa. Um Ego maduro e adulto não se assusta, não teme os desejos instintivos; não quer dizer que os satisfaça a todo o momento, significa somente que os consciencializa e depois satisfá-los ou não segundo seja ou não racional fazê-lo.

No Ego radicam as funções perceptivas, cognitivas, linguísticas e da aprendizagem, ou seja, todas as funções através das quais o sujeito se adapta ao meio ambiente.

Um dos erros mais correntes, e que, com alguma frequência é cometido também por alguns psicólogos, consiste em acreditar que todos os processos designados pelo Ego freudiano possuem a propriedade de ser conscientes. É certo que a maior parte dos mecanismos e processos do Ego são conscientes, mas nem todos o são. Freud chegou a esta conclusão ao observar que em certas ocasiões alguns desejos instintivos procedentes do Id são rejeitados ou reprimidos pelo Ego sem que o sujeito tenha consciência alguma nem dos desejos nem da sua rejeição ou repressão.

A terceira instância da personalidade - o Superego - representa as normas e os valores convencionais da sociedade ou do grupo social no qual o indivíduo foi criado e em que está inserido. Diríamos que representa a sociedade dentro do próprio indivíduo, com as suas leis e normas muitas vezes fonte de embaraço e de inibição para a estrutura do ego.

É evidente que as exigências do Superego se opõem quase sempre aos desejos do Id. Este conflito, entre o Superego e o Id incide directamente no Ego, já que tanto o Id como o Superego procuram que o Ego actue de acordo com as suas próprias exigências ou desejos. Normalmente o que o Ego faz é procurar uma solução de compromisso que os satisfaça, embora parcialmente. Um Ego maduro consegue normalmente achar esta fórmula conciliatória, a qual, para que seja realmente válida, deverá ter em conta também a realidade ambiental.

Poder-se-á dizer que, para Freud, a personalidade consiste basicamente neste conflito entre os desejos instintivos e as normas interiorizadas da sociedade, conflito que se desenrola no grande cenário constituído pela relação mútua entre o Ego e a realidade ambiental.
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Para além de teorizar sobre as instâncias ou estruturas da personalidade, Freud, também se ocupou do seu desenvolvimento. Segundo ele, o desenvolvimento da personalidade coincide basicamente com o desenvolvimento da sexualidade, o que não se estranha, dado o amplo sentido que Freud atribui a este conceito, a de que o ser humano é motivado basicamente pela busca do prazer.
A partir daqui a psicanálise defende que a personalidade desenvolve-se conforme os desejos sexuais e libidinosos se vão centrando em diferentes zonas corporais.

A primeira fase é a oral, assim chamada porque nela as satisfações sexuais, porque gratificantes, giram em torno da boca - como o acto de chupar, chuchar, levar objectos à boca, morder, etc. Esta fase dá-se aproximadamente por volta do primeiro ano de idade. Um desenvolvimento harmonioso da personalidade exige a gratificação adequada destes desejos orais.

A segunda fase é a anal que decorre mais ou menos até ao terceiro ano. Nela, o centro da actividade sexual é ocupado pelo ânus e num sentido mais amplo pelo controlo dos esfíncteres e pelos processos de eliminação. São várias as possibilidades de o desenvolvimento da personalidade ser perturbado nesta fase. Citarei algumas; a captação por parte da criança de que o amor dos pais está condicionado a que cumpra as suas exigências no que respeita aos processos de eliminação e limpeza; que a criança vivencie estes processos com certa apreensão e nojo; que encontre a possibilidade de exercer um poder sobre os pais à base do incumprimento das suas funções de evacuação.

A terceira fase denomina-se fálico-edipiana, e dá-se entre os três e os cinco anos, aproximadamente. As manipulações e as explorações que as crianças fazem aos órgãos genitais são a característica mais importante desta fase. Ao mesmo tempo, principalmente no final desta, sentem uma grande atracção pelo progenitor do sexo oposto, acompanhada de ciúmes em relação ao do mesmo sexo, o que é explicado por este surgir como rival no que respeita à posse do outro. Normalmente este conflito afectivo é resolvido mediante uma espécie de compromisso – o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. Mas se o conflito não for resolvido, se não houver uma boa identificação ao progenitor do mesmo sexo, o desenvolvimento da criança pode sofrer alguma perturbação e na fase adulta é possível dar-mos conta de alguns comportamentos e atitudes que expressam a não resolução do conflito edipiano.

Depois destas fases iniciais e do processo edipiano, a sexualidade entra na chamada fase de latência, não voltando a aparecer até à adolescência ou à puberdade, momento em que a sexualidade surge já como autêntica genitalidade. Ao longo desta etapa adolescente e genital, o indivíduo pode conseguir a emancipação definitiva dos pais e tornar-se adulto.

O factor básico – segundo os psicanalistas – para que a personalidade alcance a maturidade adulta é que o EU não sofra privações fortes ou traumas importantes nos primeiros anos de vida, ou seja ao longo das primeiras fases. Por exemplo, pessoas que tenham sofrido insatisfações ou privações na fase anal podem tornar-se exageradamente avarentas ou demasiado obsessivas pela ordem e pela limpeza.

Neste sentido, poucos preserveraram tanto como Freud na importância da infância, sobretudo nas determinantes da primeira infância, para a constituição e desenvolvimento da personalidade. É que, uma pessoa afectiva e psicologicamente equilibrada e com capacidade de adaptação ao meio, em regra, não experiencia situações traumáticas na infância que ponham em causa o seu equilíbrio desenvolvimental.
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Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, o desenvolvimento evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.

Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao facto ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.

Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio epigenético), sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exacta a cada estágio. O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.

Erikson apresentou os estágios em termos de qualidade básica do ego que surge em cada estágio, discutiu as forças do ego que surgem nos estágios sucessivos e descreveu a ritualização peculiar de cada um. Esta era por ele referido como uma maneira lúdica e culturalmente padronizada de experienciar uma vivência na interacção quotidiana de uma comunidade. (Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000: p.168)

A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estágios.

Temos então oito estágios de desenvolvimento:



1ª Idade: Confiança Básica Versus Desconfiança Básica



Nesta idade a criança vai aprender o que é ter ou não confiança, esta está muito relacionada com a relação entre o bebé e a mãe. A confiança básica é demonstrada pelo bebé na capacidade de dormir de forma pacífica, alimentar-se confortavelmente e de excretar de forma relaxada. (Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 1998: p.169) Devido à confiança do bebé e à familiaridade com a mãe, que adquire com situações de conforto por ela proporcionadas, atinge uma realização social, que consiste na aceitação em que ela pode ausentar-se e na certeza que ela voltará.

O bebé ganha experiência no contacto com os adultos, aprendendo a confiar e a depender deles, assim como a confiar em si mesmo.

A desconfiança básica é a parte negativa deste estágio, que é equilibrada com a segurança proporcionada pela confiança.

«A razão adequada de confiança e de desconfiança resulta na ascendência da esperança: “A esperança é a virtude inerente ao estado de estar vivo mais primitiva e a mais indispensável"». (Erikson, Apud., Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000: p.170) Todas as confirmações desta formam-se a partir da relação entre a mãe e o bebé. À medida que o bebé vai adquirindo experiência, ele aprende que as esperanças que um dia eram prioridades, deixam de o ser, sendo superadas por outras de um nível mais elevado.

Este estágio é o da ritualização da divindade, na medida que opera o senso do bebé da presença abençoada da mãe, ao o olhar, tocar, no fundo em reconhecê-lo. São interacções pessoais e culturalmente ritualizadas; a falta do reconhecimento pode trazer alienação na personalidade do bebé, um senso de abandono e separação. A forma pervertida do ritual da divindade materna expressa-se na vida adulta pelo idolismo, em que a pessoa idolatra um herói.



2ª Idade: Autonomia Versus Vergonha e Dúvida



Durante este estágio a criança vai aprender quais os seus privilégios, obrigações e limitações. Há por ela, uma necessidade de auto-controle e de aceitação do controle por parte das outras pessoas, desenvolvendo-se um senso de autonomia. O versus negativo deste estágio é a vergonha e a dúvida quando perde o senso de auto-controle, os pais contribuem neste processo ao usarem a vergonha na repressão da teimosia.

A vontade tem origem na própria vontade treinada e no exemplo dado de vontade superior apresentado pelos outros, esta é responsável pela aceitação progressiva do que é permitido e necessário. Os elementos desta são progressivamente aumentados pelas experiências ao nível da consciência, manipulação, verbalização e locomoção.

A ritualização deste estágio é judiciosa, a criança julga-se a si e aos outros, diferenciando o certo do errado e as pessoas ditas diferentes, formando-se a base ontogenética da alienação humana, a espécie dividida, que Erikson designou como pseudo-espécie, a origem do preconceito humano. O ritualismo perverso é o legalismo, em que a punição vence a compaixão.



3ª Idade: Iniciativa Versus Culpa



Relativamente ao terceiro estágio estipulado por Erikson, equivale ao estágio psicossexual genital-locomotor, é o da iniciativa. Uma era de crescente destreza e responsabilidade.

Nesta fase a criança encontra-se nitidamente mais avançada e mais organizada tanto a nível físico como mental. É a capacidade de planejar as suas tarefas e metas a atingir que a define como autónoma e por consequência a introduz nesta etapa.

No entanto este estágio define-se também como perigoso, pois a criança busca exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas que implicam fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a essas metas.

Ela encontra-se num estado de ansiedade porque quer aprender bem e a partir daqui amplia o seu sentido de obrigação e desempenho. A sua principal actividade é o brincar e o propósito é a virtude que surge neste estágio de desenvolvimento. Este chamado propósito define-se como o resultado do seu brincar, das suas tentativas e dos seus fracassos.

Para além dos jogos físicos com os seus brinquedos ela constrói também os chamados jogos mentais tentando imitar os adultos e entrando no mundo do faz de conta. O objectivo deste jogo é tentar perceber até que ponto ela pode ser como eles.

O poder da imaginação e a forma desinibida como o faz é fulcral para o desenvolvimento da criança.

«O propósito, então, é a coragem de imaginar e buscar metas valorizadas não inibidas pela derrota das fantasias infantis, pela culpa e pelo medo cortante da punição ». (Erikson, Apud., Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000: p.172) Esta terceira idade, também apelidada por idade de brincar é assinalada pela ritualização dramática.



4ª Idade: Diligência Versus Inferioridade



Nesta fase a criança necessita controlar a sua imaginação exuberante e dedicar a sua atenção à educação formal. Ela não só desenvolve um senso de aplicação como aprende as recompensas da perseverança e da diligência.

O prazer de brincar, o interesse pelos seus brinquedos são gradualmente desviados para interesses por algo mais produtivo utilizando outro tipo de instrumentos para os seus trabalhos que não são os seus brinquedos.

Também neste estágio existe um perigo eminente que se caracteriza pelo sentimento de inferioridade aquando da sua incapacidade de dominância das tarefas que lhe são propostas pelos pais ou professor.





Ao longo deste estágio da diligência desponta a virtude de competência, isto porque os estágios anteriores proporcionaram uma visão, embora que não muito nítida, mas futura em relação a algumas tarefas. Nesta fase ela sente-se pronta para conhecer e utilizar os instrumentos e máquinas e métodos para desempenhar o trabalho adulto, trabalho esse que implica responsabilidades como ir à escola, fazer as tarefas de casa, aprender habilidades, de modo a evitar sentimentos de inferioridade.

«A competência, então, é o livre exercício da destreza e da inteligência na conclusão de tarefas, não-prejudicado pela inferioridade infantil». (Erikson,Apud., Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000: p.172)

«O ritualismo distorcido na idade adulta é o formalismo, que consiste na repetição de formalidades sem significado e em rituais vazios». (Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000: p.173)

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