segunda-feira, 16 de abril de 2012

Câncer de próstata pode ter cura, se descoberto cedo


Câncer de próstata pode ter cura, se descoberto cedo
Os homens latinos costumam fugir destes exames como crianças, mas a única maneira de prevenir o câncer de próstata é fazer check-ups a partir dos 45 anos, já que a doença não apresenta nenhum tipo de sintoma.
  
Organização Mundial de Saúde, OMS, e a American Urologycal Association, AUA, recomendam que a partir dessa idade os homens façam, obrigatoriamente, dois exames anuais, dosagem do antígeno prostático específico e toque retal.

O antígeno prostático específico, também conhecido no Brasil pela sigla PSA, é uma proteína presente no sangue e quando tem níveis altos é fortemente sugestiva de câncer.
"As chances de esse exame simples, não-invasivo e de alta especificidade darem um diagnóstico correto são de 85 por cento", disse Joaquim de Almeida Claro, professor assistente de Urologia da Universidade Federal de São Paulo.
O exame digital da próstata, o famoso e repelido toque retal, é feito no consultório médico e absolutamente indolor. É capaz de detectar o surgimento de um tumor.
"A população latina não aceita bem esse tipo de exame por um problema cultural e também por achar que afeta a masculinidade", disse. "Mas é um exame importantíssimo e de fácil realização."
O ultra-som da próstata é indicado apenas quando o PSA ou o toque retal deixarem dúvidas. Por meio dele, é possível observar o tamanho e os contornos do órgão, se está normal e nítido, averiguar se existem nódulos e até guiar o médico para a realização de uma biópsia, retirada de um fragmento do tecido.
Novos casos
Só nos Estados Unidos, onde cerca de 10 por cento da população masculina é afetada, ocorrem de 250 a 300 mil novos casos por ano. No Brasil, não existem estatísticas abrangentes sobre o assunto.
O grupo de maior risco de câncer de próstata é os negros, que o desenvolvem mais cedo e de forma mais agressiva. Já nos orientais, esse tipo de doença é mais raro.
Os homens com antecedentes familiares de câncer de próstata ou que têm registros de casos de câncer de mama na família também têm o risco aumentado. Joaquim Claro explicou que os tumores de mama e próstata estão interligados.
Dois dos motivos apontados como responsáveis pela incidência da doença são a longevidade e alimentação. A primeira porque a população masculina está vivendo mais e, por isso, corre mais riscos de desenvolver o câncer de próstata. A ciência comprovou que dietas ricas em gordura favorecem esse tipo de tumor.
Tratamentos
Embora a medicina tenha avançado muito no modo de identificar a doença, ainda engatinhava, até há pouco tempo, no tratamento. Somente há três anos foi possível diminuir o índice de mortes, que beirava os 20 mil por ano nos Estados Unidos em 1998.
"É um número aceitável diante de 300 mil casos norte-americanos", disse Joaquim Claro.
A cirurgia radical, que retira o tumor, a próstata e as vesículas seminais, é considerada a melhor forma de tratamento.
"Quando o diagnóstico é feito precocemente e o câncer localizado, as chances de cura são de 85 por cento a 90 por cento", disse. Depois de operado, o paciente não tem de se submeter a sessões de quimioterapia, prática comum para doentes de câncer.
"Os quimioterápicos não têm qualquer efeito sobre as células cancerosas da próstata," disse o urologista. "Elas resistem e não morrem". Por isso é vital que, havendo tumor, o órgão seja totalmente extirpado.
Impotencia
Até quinze anos atrás, a cirurgia radical levava à impotência em 100 por cento dos casos. Hoje, se a doença for descoberta ainda no estágio inicial e se o paciente tiver entre 50 e 60 anos, a vida sexual poderá continuar ativa.
"Como a cirurgia preserva os feixes vásculo-nervosos, o índice da manutenção da potência é de 80 por cento", afirmou Joaquim Claro. "O homem mantém o desejo, a ereção e a capacidade de obter orgasmo."
Acima dos 60 anos, apenas 40 por cento a 50 por cento dos homens que retiraram a próstata têm ereção, embora esse inconveniente possa ser facilmente contornado com remédios de última geração. Mas a mesma cirurgia que possibilita ao homem viver dignamente retira dele a possibilidade de gerar filhos. A esterilidade é inevitável.

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