sexta-feira, 20 de abril de 2012

GÉMEOS FRATERNOS

GÉMEOS FRATERNOS

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Liminarmente há dois tipos de gémeos.

Os gémeos idênticos ou monozigóticos, provenientes dum óvulo (zigoto) fecundado por um espermatozóide e que só posteriormente é que é feita a divisão celular.

São tão idênticos que chegam a confundir os pais.

Têm sempre os mesmos cromossomas sexuais, pelo que são sempre do mesmo sexo.

Também há os gémeos fraternos (dizigóticos), provenientes de dois óvulos fertilizados.

É a estes que me vou referir (os gémeos fraternos).

Vivem em mundos diferentes, em bolsas amnióticas e placentas distintas e podem ser de sexos diferentes e até o tipo de sangue também ser diferente.

Em ambos os casos, nascem ao mesmo tempo, mas nos gémeos fraternos, até os pais perguntam qual o mais velho?

Legalmente é fácil responder, mas biologicamente as coisas não serão tão simples.

As gravidezes múltiplas têm umas certas peculiaridades: têm mais riscos que numa gravidez normal, os bebés nascem com peso inferior e … nascem ao mesmo tempo.

É esse nascimento compartido que levará mais tarde os gémeos fraternos (por vezes até os idênticos) a fazerem perguntas ao longo da vida, mas especialmente no dia de anos: quem nasceu primeiro, se o parto foi prematuro, se nasceram normalmente ou por cesariana …

Mas a pergunta rainha é, sem qualquer dúvida, quem nasceu primeiro e portanto é o mais velho? (nunca se ouve perguntar quem nasceu em último e é o mais novo).


Depois que alguém as formule, surgirão as diferentes respostas sem que nada ou ninguém saiba, na realidade qual a correcta.

Mas geralmente as respostas podem classificar-se ou colocar em duas atitudes:

- é mais velho o que nasce antes, porque o nascimento é o ponto de referência.

– é mais velho o que nasce depois, porque se formou antes.

Da perspectiva legal, é muito simples e claro, o que nasce antes é o mais velho.

Agora … bem, do ponto de vista biológico nenhuma destas respostas é verdadeira, já que não é possível saber quem é que se formou, no que se refere aos gémeos fraternos.

A ordem de nascimento é uma questão que depende do local da implantação dos embriões no endométrio uterino e isto depende da sorte ou azar.

Também, secundariamente, depende do trabalho de parto.

Portanto, saber qual dos embriões, dos gémeos fraternos, se gerou primeiro é tecnicamente impossível em gravidezes normais.

Tão-pouco serviria de muito tentar averiguá-lo, porque a diferença máxima de tempo entre a formação de ambos os gémeos seria de aproximadamente 24 horas, que é o tempo que os óvulos, depois da ovulação, estão viáveis para a fecundação.

Se um embrião de um dos gémeos se implanta mais perto do colo uterino que o outro, tem muitas probabilidades, para não dizer quase todas de nascer com o Bilhete de Identidade de mais velho.


Porque é o que está mais perto da saída e além do mais, impede a passagem ao seu irmão para nascer, o que só sucederá depois dele ver se o tempo está bom cá fora ...

É o mesmo que estar em casa (ou melhor, num buraco, para ajustarmos as dimensões) e um está mais perto da “porta” e bloqueia a saída a outra pessoa que esteja atrás dele.

O mesmo sucederá ao zigoto que realize um percurso menor, implantando-se numa zona mais perto das trompas e mais longe do colo do útero, que o outro zigoto, pois será, com quase toda a certeza, o gémeo que nascerá em último.

Para além de tudo, no momento do parto, o dito zigoto (agora um feto) terá todo o trabalho feito durante o parto; já que o seu irmão se “encarregou de abrir caminho” através do canal do parto, durante a dilatação e portanto, o seu tempo de saída será muito menor.

O curioso do caso é que o primogénito (gerado primeiro) não é certo, por definição, um dos gémeos que nasça primeiro.

Nem necessariamente foi gerado primeiro, simplesmente implantou-se mais perto do colo uterino ou, pelo trabalho do parto, desceu antes do outro.

Analogamente, poder-se-á aplicar aos gémeos idênticos (monozigóticos), já que se geraram ao mesmo tempo (nascem do mesmo óvulo fecundado).



gemelos - gémeos monozigóticos
mellizos - gémeos dizigóticos

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